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Processadores de soja da China temem escassez de oferta por medidas contra coronavírus

26 mar 2020 - 16h43
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Processadoras chinesas de soja temem que o avanço do coronavírus por grandes países exportadores possam levar a uma nova escassez de oferta, com algumas plantas na maior compradora global da oleaginosa tendo de desacelerar operações, disseram traders e fontes do setor.

Desembarque de soja importada pela China no porto de Nantong 
09/04/2018
REUTERS/Stringer
Desembarque de soja importada pela China no porto de Nantong 09/04/2018 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Grandes produtores do grão, Brasil e Argentina já alertaram para possíveis atrasos no transporte do produto aos terminais portuários devido às restrições para contenção do coronavírus.

As medidas ocorrem depois de atrasos de embarques no Brasil por causa de chuvas no final de fevereiro contribuírem para que os estoques chineses atingissem mínimas recordes.

As margens de esmagamento em Rizhao, na província de Shandong, importante área de processamento e importação de soja no norte da China, dispararam nas últimas duas semanas, atingindo 360 iuanes (50,73 dólares) por tonelada, maior nível em oito anos.

"Estou preocupado com as logísticas (em países exportadores). Se alguma coisa der errado, nós teremos grandes problemas", disse à Reuters o diretor de uma planta de processamento no sul da China.

A unidade está operando apenas uma de suas duas linhas de esmagamento por causa da escassez de grãos, após um carregamento que era aguardado ser adiado por pelo menos uma semana.

"As margens estão muito boas no momento. Uma vez que os grãos chegarem, nós teremos de esmagar em capacidade máxima", acrescentou o diretor, que pediu para não ser identificado por não ter autorização para falar com a imprensa.

A exportação de soja do Brasil, maior exportador global, ganhou ritmo na última semana, com embarques caminhando para superar o volume registrado no mesmo mês do ano passado.

Os estoques de soja na China recuaram fortemente na semana até 23 de março, atingindo os menores níveis desde agosto de 2010, a 3,316 milhões de toneladas. Os estoques de farelo de soja também bateram mínima de dez anos, a 325.700 toneladas.

"Há um mês, nossas plantas estavam implorando para que clientes comprassem produtos, com a demanda estável e o surto de coronavírus no pico. Agora, as posições se inverteram completamente. Temos uma escassez de produtos, e os clientes estão formando fila e implorando para receber farelo", disse uma fonte de uma importante processadora e trading.

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