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Presidente do conselho da Bayer deixará posto antes de fim do mandato

27 fev 2020 - 13h07
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Berlim, 27 - O presidente do conselho de administração da Bayer, Werner Wenning, vai deixar o posto antes do previsto e será substituído por um ex-executivo da PriceWaterhouseCoopers, disse a companhia alemã na quarta-feira, 26. Wenning, de 73 anos, deve renunciar durante a assembleia anual de acionistas, em 28 de abril. Os acionistas vão então decidir se aprovam ou não a indicação de seu sucessor, Norbert Winkeljohann, que passou a fazer parte do conselho em 2018.

Wenning é ex-CEO da Bayer, mentor do atual chefe da companhia, Werner Baumann, e um defensor da aquisição da Monsanto, que levou a Bayer a uma de suas piores crises. Ele era presidente do conselho desde 2012 e seu mandato deveria terminar em 2022.

A substituição inesperada de um veterano com mais de 50 anos de casa ocorre num momento em que a Bayer tenta resolver uma batalha legal envolvendo o herbicida mais vendido no mundo, que milhares de norte-americanos alegam causar câncer. A Bayer herdou a disputa legal ao adquirir a Monsanto, em 2018.

Em comunicado, Wenning disse que pretendia se aposentar no ano passado, mas que permaneceu no cargo a pedido do conselho de supervisão, tendo em vista "a situação da companhia na época".

A Bayer perdeu mais de um terço de seu valor de mercado no auge da crise no ano passado, após ter sido derrotada em três julgamentos envolvendo o herbicida Rondup. A companhia alega que o herbicida e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros quando usados corretamente, e recorreu dos três veredictos. A Bayer está negociando um acordo com os advogados dos mais de 40 mil demandantes das ações, e os investidores esperam uma solução em breve para encerrar o assunto.

"Nós fizemos e continuamos fazendo progresso ao lidar com as questões legais nos EUA. É por isso que agora é um bom momento para transferir o cargo ao meu sucessor", disse Wenning em comunicado.

Porém, advogados nos EUA disseram que milhares de outros agricultores devem processar a Bayer por causa de um outro herbicida, chamado dicamba. Joseph Peiffer, do escritório de advocacia Peiffer Wolf Carr & Kane, estima que cerca de 2 mil agricultores devem processar a Bayer e a Basf por danos causado a suas plantações pelo dicamba, que é aplicado em lavouras transgênicas de soja e algodão mas tende a se espalhar para campos vizinhos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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