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Presidente da Eletrobrás renuncia e alega "motivos pessoais"

Anúncio da saída do executivo aconteceu menos de uma semana depois de um novo revés à desestatização da empresa; analistas do mercado financeiro colocam em xeque possível privatização da companhia

24 jan 2021 - 23h56
(atualizado em 25/1/2021 às 10h14)
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O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior, renunciou ao cargo, alegando motivos pessoais. A informação foi prestada pela empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste domingo, 24. Segundo o ofício, o executivo vai deixar a presidência da empresa no dia 5 de março. Ainda não há um sucessor indicado.

Foto: Leonardo Benassatto / Futura Press

A renúncia do executivo aconteceu menos de uma semana depois de um novo revés à desestatização da empresa. Na quinta-feira, 21, as ações da Eletrobrás caíram 6,15% (PNB) e 5,15% (ON) depois de o candidato apoiado pelo governo Jair Bolsonaro para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarar que a privatização da estatal não seria um foco da sua gestão.

Analistas do mercado financeiro passaram a colocar em dúvida a privatização da empresa ainda durante o governo Bolsonaro. O Bradesco BBI cortou a recomendação da Eletrobrás para neutro até o fim das eleições no Congresso, em 1º de fevereiro.

A companhia convidou os investidores para uma teleconferência às 15h desta segunda-feira, 25, com a presença do executivo.

Histórico

Wilson Ferreira Junior estava à frente da Eletrobrás desde 2017, quando foi nomeado pelo então presidente Michel Temer. O executivo é um dos principais defensores do plano de privatização da estatal, que enfrentou reveses ao longo dos anos e acabou não se concretizando.

No fato relevante, a Eletrobrás reconheceu méritos do executivo, como a redução de alavancagem da empresa e a diminuição de custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência.O executivo chegou a se envolver em polêmicas no início da sua gestão. Em junho de 2017, a divulgação de uma conversa de Ferreira Júnior com sindicalistas gerou mal-estar na empresa, depois de o então presidente da companhia se referir a funcionários com adjetivos como "safados" e "vagabundos."

Leia abaixo a íntegra do comunicado da Eletrobrás

"Centrais Elétricas Brasileiras S/A ('Companhia' ou 'Eletrobras') (B3: ELET3, ELET5 & ELET6; NYSE: EBR & EBR.B; LATIBEX: XELT.O & XELT.B) informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, Wilson Ferreira Junior, atual Presidente da Companhia e membro do Conselho de Administração, renunciou ao cargo de Presidente da Companhia, por motivos pessoais.

Wilson permanecerá no referido cargo de Presidente até o dia 5 de março de 2021, permitindo a adequada transição para seu sucessor, ainda a ser indicado.

A Companhia aproveita o ensejo para agradecer ao Wilson por sua reconhecida liderança na reestruturação organizacional e financeira do Sistema Eletrobras durante seu mandato de cerca de 4,5 anos. Sob sua gestão, a Companhia atingiu lucros históricos, reduziu sua alavancagem a patamares compatíveis com a geração de caixa, reduziu custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência, colocou em operação obras atrasadas, simplificou a quantidade de participações acionárias, com a venda, incorporação e encerramento em cerca de 90 sociedades de propósito específico, aprimorou seu Programa de Compliance, padronizou estatutos sociais e alçadas de aprovação das Empresas Eletrobras e resolveu contenciosos importantes nos Estados Unidos decorrentes de reflexos da Operação Lava Jato, dentre outras realizações relevantes.

Em razão do objeto deste Fato Relevante, a Companhia convida a todos investidores para uma teleconferência às 15h de amanhã (segunda-feira), dia 25 de janeiro, com a participação do Wilson. As informações para a conexão são apresentadas abaixo:

15:00 (Horário de Brasília)

1:00 p.m. (USA Eastern time)

6:00 p.m. (United Kingdom time)

(+1) 786 837 9597 (Estados Unidos)

(+44) 20 3318 3776 (Reino Unido)

0800-022-1325 ou (55 11) 3137-8037 (se estiver no Brasil)"

Estadão
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