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Preocupação com disputa entre EUA e China domina mercados globais

Bolsas na Ásia e na Europa já são afetadas pelo anúncio do presidente Donald Trump de novas tarifas para produtos chineses

2 ago 2019 - 08h40
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As atenções nos mercados globais estão voltadas nesta sexta-feira, 2, para uma nova escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira, a imposição de uma tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses, a partir de 1.º de setembro.

A medida já afeta as Bolsas na Europa e na Ásia, além dos índices futuros de Nova York. Os EUA ainda devem se manter no foco durante o dia: ainda de manhã será divulgado o relatório de emprego do país, o payroll, e, à tarde, Trump, fará um anúncio sobre as relações comerciais com a União Europeia.

O impacto do fim da trégua na disputa entre EUA e China

As principais Bolsas da Europa registram as maiores perdas do ano, enquanto os índices futuros de Nova York operam em queda forte. No começo da manhã, o DAX, de Frankfurt, caía 2,41%, e o CAC 40, de Paris, recuava 2,61%. O FTSE 100, em Londres, por sua vez, cedia 1,74%. Nos mercados futuros de Nova York, Dow Jones caía 0,18%, o S&P500, -0,24%, e o Nasdaq, -0,45%.

No Japão, o dólar está no menor nível desde 25 de junho contra o iene nesta sexta, enquanto investidores buscam refúgio em ativos considerados de segurança. No começo da manhã, o dólar era cotado a 106,90 ienes. O índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis fortes, recuava 0,08%, a 98,287 pontos.

As Bolsas asiáticas fecharam em queda expressiva o pregão desta sexta-feira. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,11%. Em solo chinês, o Xangai Composto recuou 1,41%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto terminou o pregão em queda de 1,48%. Já na Bolsa de Seul, o índice Kospi caiu 0,95%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 2,35%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 recuou 0,30%.

Nesta sexta, a China alertou que vai contra-atacar para defender seus "interesses centrais", caso as tarifas entrem mesmo em vigor. Pequim considera a ameaça uma violação do acordo fechado entre as duas potências em junho, na cúpula do G20.

Petróleo recupera perdas

O petróleo tem alta nesta sexta, após os contratos futuros recuarem na quinta-feira entre 6% e 7% com o anúncio de Donald Trump. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI para setembro tinha alta de 2,48%, a US$ 55,30, no pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para outubro subia 2,13%, a US$ 61,710 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Cenário político está no radar de investidores

No Brasil, os investidores repercutem balanço da Petrobrás e devem monitorar o cenário político depois de uma série de declarações e atos polêmicos do presidente Jair Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou do recesso nesta quinta-feira impondo alguns reveses a Bolsonaro. O vice-presidente da Corte, ministro Luiz Fux, proibiu a destruição de provas colhidas com hackers presos pela Polícia Federal no mês passado, no âmbito da Operação Spoofing, que investiga a invasão de telefones e obtenção de dados de autoridades, envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso deu prazo de 15 dias para que Bolsonaro conte o que sabe sobre o assassinato de Fernando de Santa Cruz, que desapareceu durante a durante a militar e nunca teve o corpo encontrado.

O STF também manteve a prerrogativa de demarcação de terras indígenas com a Funai, contrariando medida provisória editada pelo governo para que isso ficasse a cargo do Ministério da Agricultura.

Bolsa deve reagir ao balanço da Petrobrás

Com a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), a Petrobrás teve lucro de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre, o maior da história da empresa para o período. O resultado, divulgado na noite de quinta-feira, foi marcado por fatores que podem não se repetir nos próximos meses, como a alta do petróleo e a taxa de câmbio favorável à empresa. A petroleira anunciou também que poderá sair completamente da BR Distribuidora, com nova oferta de ações.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,14% em julho, após ter avançado 0,15% em junho, segundo dados publicados nesta sexta pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado de julho ficou dentro das estimativas de 11 instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, que variaram de altas de 0,13% a 0,31% no período, mas acima da mediana, de +0,13%.

Estadão
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