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Prêmio de risco elevado e volatilidade vão marcar 2022 no Brasil, diz economista do BV

1 dez 2021 - 11h33
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As discussões sobre os juros nos Estados Unidos e a eleição presidencial no Brasil devem ditar o ritmo econômico e financeiro no cenário local, com mais três riscos potenciais no radar que devem manter elevados os prêmios e a volatilidade dos preços dos ativos, de acordo com o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani.

REUTERS/Rahel Patrasso
REUTERS/Rahel Patrasso
Foto: Reuters

"Está claro que a compra de títulos (nos EUA) vai diminuir, injetando menos liquidez. O segundo passo é discutir a alta de juros, e o segundo semestre será dominado por (discussão de) alta de juros", disse Padovani a jornalistas.

Depois de confirmar a redução das compras de títulos adotadas para combater os efeitos da pandemia, o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) agora já fala em acelerar esse processo --o que sugere enxugamento mais rápido de liquidez no país. A discussão na sequência é sobre o momento em que os juros começarão a ser elevados.

Já a dinâmica eleitoral no Brasil será marcada, segundo Padovani, por duas características --uma disputa presidencial competitiva e debate sobre a agenda econômica.

"A consequência de um cenário de mudança na liquidez global com eleição no Brasil implica prêmios de risco elevados, e com muita volatilidade", alertou ele.

Mas outros riscos vêm se somando a esses dois. Primeiro, ele destaca o crescimento econômico brasileiro, com um cenário de fraqueza que causa preocupação --o BV calcula expansão de apenas 0,8% em 2022.

O setor fiscal também permanece no radar, dada a pressão para gastos públicos maiores diante de um ambiente de inflação e desemprego elevados, ampliando as dúvidas sobre a trajetória da dívida pública.

"A dinâmica de dívida, que está em aberto, aumenta ainda mais a incerteza", disse Padovani.

Por fim, o terceiro elemento de alerta continua sendo a pandemia, principalmente depois da descoberta da nova variante Ômicron.

"O fato concreto é que tem economias fechando, e isso reforça a sensação de que o mundo pode crescer mesmo. Se o mundo cresce menos, a gente exporta menos e também cresce menos, e as pressões políticas aumentam", completou.

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