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Prefeitos pedem que Bolsonaro antecipe recursos do pré-sal

Expectativa é usar o recurso para bancar contribuições previdenciárias de novembro, dezembro e sobre o 13º salário dos funcionários públicos

12 dez 2019 - 20h59
(atualizado em 13/12/2019 às 08h54)
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Além de governadores, os prefeitos pedem ao presidente Jair Bolsonaro a antecipação de R$ 5,3 bilhões referentes ao bônus de assinatura pelo megaleilão do pré-sal. A expectativa é usar o recurso para bancar contribuições previdenciárias de novembro, dezembro e sobre o 13º salário dos funcionários públicos, segundo carta assinada em 5 de dezembro pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi.

A confederação pede para receber até 20 de dezembro o valor do bônus, "tendo em vista os encargos financeiros que ocorrem no término de cada ano".

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

Representantes da CNM já se reuniram com técnicos do Ministério da Economia para tratar da antecipação, mas ouviram que o valor dificilmente seria repassado antes de 31 de dezembro, data planejada pela pasta, apurou a reportagem.

O governo arrecadou R$ 69,96 bilhões com a concessão de duas das quatro áreas ofertadas, frustrando a expectativa inicial de um ganho superior a R$ 106 bilhões e participação maciça de companhias estrangeiras. Pelas regras do leilão, as empresas vencedoras (a Petrobras em associação com as estatais chinesas CNOOC e CNODC) têm até 27 de dezembro para pagar o bônus de assinatura à União. Em seguida, os valores devem ser repassados à própria Petrobras, Estados e municípios.

O Estadão/Broadcast revelou que o Fórum Nacional de Governadores fez o mesmo pedido a Bolsonaro. A entidade argumenta que o recurso é de "inestimável relevância" para o pagamento do 13º salário dos servidores.

Dos R$ 69,96 bilhões efetivamente arrecadados pela União, R$ 34,6 bilhões vão ficar com a Petrobras, como compensação pela revisão do contrato firmado em 2010 com o governo. O restante será compartilhado entre União (R$ 23,7 bilhões), Estados (R$ 5,3 bilhões) e municípios (R$ 5,3 bilhões). Por ser o Estado produtor, o Rio de Janeiro vai ter uma parcela adicional de R$ 1,06 bilhão.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), esteve no Palácio do Planalto nesta semana para pedir a Bolsonaro recursos para quitar o 13º salário dos servidores municipais, informou o próprio presidente. Questionado se a União pode antecipar o bônus de assinatura pelo leilão do pré-sal, Bolsonaro disse que "tem várias coisas em jogo". "(Crivella) Foi atrás de ministérios, da Caixa. Está correndo atrás aí", afirmou.

Petrobrás antecipa recurso

A Petrobras antecipou na última terça, 10, o pagamento de R$ 34,420 bilhões à União. O valor é referente a parte do bônus de assinatura dos campos leiloados de Búzios e Itapu. Após receber a antecipação, o governo federal pagou R$ 34,41 bilhões à Petrobra

s, valor do saldo da revisão do contrato da cessão onerosa firmado no ano de 2010. "O Ministério da Economia ressalta que a conclusão da liquidação financeira, encerra-se definitivamente um imbróglio que estava sendo discutido desde 2014, quando se iniciaram as negociações entre União e Petrobrás sobre a revisão do contrato da cessão onerosa."

Mesmo com antecipação de parte dos recursos, a União ainda aguarda receber mais R$ 35,5 bilhões das empresas vencedoras do leilão para, depois, repassar o bônus aos Estados e municípios. O valor deve ser pago até 27 de dezembro. A economia mantém a expectativa de, se receber a cifra no fim do prazo, atender a prefeitos e governadores em 31 de dezembro.

Estadão
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