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Preço dos alimentos cai pelo segundo mês consecutivo, aponta ONU

Itens como óleos vegetais, açúcares e laticínios influenciaram queda; em comparação com maio do ano passado, porém, o aumento é de 22,8%

3 jun 2022 - 13h20
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Os preços de alimentos caíram 0,6% em maio ante abril, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU. Este é o segundo mês consecutivo de redução de preços de commodities, puxada pela queda de óleos vegetais, latícinios e açúcares. Mas em comparação com maio do ano passado, o aumento é de 22,8%.

A ONU leva em conta no seu índice geral a variação no preço de uma cesta de commodities negociadas no mercado internacional e outros sub-índices de categorias específicas.

No índice de óleo vegetal (-3,5%), a FAO explica que a queda mensal reflete principalmente os preços mais baixos dos óleos de palma, girassol e canola.

Os preços internacionais do óleo de palma enfraqueceram moderadamente em maio porque, além do racionamento da demanda, a remoção da proibição de exportação de óleo de palma da Indonésia exerceu uma pressão adicional de queda sobre os preços, embora uma nova queda de preços tenha sido contida por incertezas persistentes sobre as perspectivas de exportação do país.

Enquanto isso, as cotações dos preços mundiais do óleo de girassol caíram após atingirem recordes recentemente, com os estoques se acumulando na Ucrânia devido a gargalos logísticos. Os preços internacionais da soja e do óleo de canola também caíram um pouco em maio, influenciados principalmente pela fraca demanda de importação devido aos custos elevados nos últimos meses.

O índice de laticínios também caiu 3,5% em maio, após oito meses consecutivos de aumentos mensais. Os preços mundiais de todos os produtos lácteos caíram, com destaque para o leites em pó, cuja queda é explicada pelo menor interesse de compra diante de incertezas do mercado decorrentes do lockdown na China, apesar da persistente falta de oferta global.

Os preços da manteiga também caíram significativamente devido à demanda de importação mais fraca, em conjunto com algumas melhorias nos suprimentos da Oceania e vendas internas limitadas na Europa. Enquanto isso, vendas robustas no varejo e alta demanda de restaurantes antes das férias de verão no Hemisfério Norte impediram que os preços do queijo caíssem ainda mais, apesar da demanda global de importação enfraquecida.

Já o índice de açúcar teve uma queda de 1,1%, após aumento nos últimos dois meses de aferimento de preços. A recente queda mensal nas cotações internacionais do açúcar foi desencadeada pela demanda de importação limitada e boas perspectivas de disponibilidade global do produto, principalmente por causa de uma safra abundante na Índia.

O enfraquecimento do real em relação ao dólar norte-americano e os preços mais baixos do etanol resultaram em mais pressão baixista sobre os preços mundiais do açúcar. No entanto, as incertezas sobre os resultados da safra atual no Brasil, maior exportador mundial de açúcar, impediram quedas mais substanciais de preços.

Do outro lado, os índices de cereais (+2,2%) e de carne (+0,5%) subiram, respectivamente, por causa da suspensão de exportação de trigo pela Índia e perspectiva de redução na produção do item por causa da guerra na Ucrânia e por um aumento acentuado nos preços mundiais da carne de aves, compensando os declínios nos valores da carne suína e de ovelha.

Em maio, os preços da carne de aves subiram, refletindo as contínuas interrupções na cadeia de suprimentos na Ucrânia e casos recentes de gripe aviária em meio a um aumento na demanda na Europa e no Oriente Médio.

Os preços da carne bovina se mantiveram estáveis por causa do aumento de exportação do Brasil e Oceania. Por outro lado, os preços mundiais da carne suína caíram devido à alta disponibilidades de exportação, especialmente na Europa Ocidental, em meio à fraca demanda interna. Os preços internacionais da carne de ovelha também caíram, refletindo o impacto dos movimentos cambiais.

Estadão
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