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Preço do café robusta no Brasil acumula queda de 8% em 2018 com ampla oferta

17 jan 2018 - 17h35
(atualizado às 19h29)
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Os preços do café robusta (conilon) no mercado brasileiro já acumulam queda de 8,2 por cento em 2018 e estão no menor patamar desde agosto de 2015, resultado da ampla oferta doméstica, novamente em um nível considerado "normal" pela indústria do país.

Trabalhador seleciona café em fazenda de Espírito Santo do Pinhal, São Paulo
18/05/2012 REUTERS/Nacho Doce
Trabalhador seleciona café em fazenda de Espírito Santo do Pinhal, São Paulo 18/05/2012 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a saca de 60 kg da variedade, importante para o blend (mistura) com o arábica, está cotada em torno de 327 reais.

"A pressão vem da maior oferta doméstica, da menor demanda e do recuo nos valores externos da variedade. No caso do mercado internacional, o movimento de baixa, verificado desde meados do ano passado, está atrelado à expectativa de aumento da oferta global de robusta, em decorrência das maiores produções no Brasil e no Vietnã", destacou o Cepea relatório.

No Brasil, o tombo nas cotações ocorre após a recuperação das lavouras do Espírito Santo, principal produtor nacional de robusta. Entre 2015 e 2016, o Estado foi castigado por secas e registrou quebra de produção, levando a saca da variedade a superar os 500 reais em alguns momentos.

No ano passado, contudo, o Brasil colheu 10,72 milhões de sacas de robusta, alta de 34 por cento sobre 2016, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a expectativa no setor é de que esse volume cresça novamente em 2018.

"A oferta está muito boa, pois aquele produtor que achava que os preços iam se recuperar está vendendo o que segurou, tendo em vista que teremos uma safra bem melhor do que tivemos em 2017", disse à Reuters o presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), Jorge Nicchio.

"Esperávamos essa queda (nos preços) lá para fevereiro, março, perto da colheita, que começa em abril. Mas houve antecipação, pois o produtor está vislumbrando uma colheita melhor --e os preços podem cair ainda mais", acrescentou.

A Conab divulga na quinta-feira a primeira estimativa para a produção de café no Brasil em 2018. Agentes do mercado disseram recentemente à Reuters esperar uma safra total recorde.

NORMALIDADE

Em meio a essa oferta maior, o suprimento de robusta foi considerado como "normal" neste início de ano pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Entre 8 e 12 de janeiro, o Índice de Oferta de Café para a Indústria (IOCI), medido regularmente pela Abic, alcançou 7,49 pontos. A escala vai de 1 a 9 e, quanto maior, melhor a disponibilidade do produto.

A oferta de robusta alcançou novembro do ano passado o nível de normalidade pela primeira vez após a seca no Espírito Santo.

De lá para cá, a oferta oscilou, figurando em algumas ocasiões na categoria de suprimento seletivo, mas longe do observado na virada de 2016 para 2017, quando, ainda na esteira dos problemas no Espírito Santo, o IOCI da variedade chegou a bater em quase 2 pontos, indicando oferta crítica.

O Brasil, maior produtor global, chegou a autorizar importações de café robusta junto ao Vietnã no início de 2017 para atender à demanda, uma medida posteriormente suspensa pelo presidente Michel Temer.

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