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Powell diz que Fed está isolado de pressões políticas dos EUA

25 jun 2019 - 14h18
(atualizado às 15h57)
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O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta terça-feira que o banco central dos EUA está "isolado das pressões políticas de curto prazo", enquanto as autoridades do Fed enfrentam novos pedidos do presidente Donald Trump para cortar a taxa de juros.

Jerome Powell, chairman do Federal Reserve, durante fala no Conselho de Relações Exteriores, em Nova York 
25/06/2019
REUTERS/Brendan McDermid
Jerome Powell, chairman do Federal Reserve, durante fala no Conselho de Relações Exteriores, em Nova York 25/06/2019 REUTERS/Brendan McDermid
Foto: Reuters

"O Fed está isolado das pressões políticas de curto prazo - o que muitas vezes se referem à nossa 'independência'", disse Powell em comentários preparados para o Conselho de Relações Exteriores. "O Congresso optou por isolar o Fed dessa maneira porque viu os danos que frequentemente acontecem quando a política monetária é modificada por interesses políticos de curto prazo. Os bancos centrais das principais democracias do mundo têm uma independência semelhante".

As declarações de Powell vêm em um momento em que o banco central, que fez uma pausa no aumento da taxa de juros este ano e sugeriu que poderia cortá-lo diante de preocupações com os conflitos dos Estados Unidos com seus parceiros comerciais, têm enfrentado raiva crescente por parte de Trump. O presidente disse no domingo no programa "Meet the Press" da NBC que ele tem o poder de rebaixar Powell, mas não ameaçou fazer isso.

Trump disse na segunda-feira no Twitter que o Fed "não sabe o que está fazendo", acrescentando que o banco central "elevou a taxa de juros rápido demais" dada a baixa inflação e a desaceleração do crescimento global.

"Pense no que poderia ter acontecido se o Fed tivesse acertado", disse Trump. "Milhares de pontos a mais no Dow Jones, e um PIB anual de 4% ou mesmo 5%. Agora eles mantêm o posicionamento, como uma criança teimosa, quando na verdade precisamos de cortes de juros e flexibilização para compensar o que outros países estão fazendo contra nós. Eles estragaram tudo!"

Poucos economistas concordam com as estimativas de Trump para o crescimento dos EUA.

Em sua última reunião na última quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central sinalizou cortes nos juros a partir de julho e disse que está pronto para combater os crescentes riscos econômicos globais e domésticos ao avaliar as crescentes tensões comerciais e as crescentes preocupações com a inflação baixa.

Mesmo que o banco central dos EUA tenha deixado sua taxa básica de juros inalterada por enquanto, a mudança de sentimento desde sua última reunião de política monetária foi um marco.

Nesta terça-feira, Powell reiterou que o banco central ainda considera as perspectivas de crescimento dos EUA fortes, com desemprego baixo e inflação perto da meta anual de 2% do Fed, mas afirmou que ele e seus colegas estão lutando para saber se a incerteza sobre o comércio e outras questões dão suporte para um corte de juros.

"A questão com a qual eu e meus colegas estamos lidando é se essas incertezas continuarão a pesar sobre as perspectivas e, portanto, exigir acomodação política adicional", disse Powell.

"Muitos participantes do FOMC julgaram que o argumento para políticas um pouco mais acomodatícias se fortaleceu. Mas também estamos conscientes de que a política monetária não deve sobrereagir a nenhum dados individual ou oscilação de curto prazo no sentimento. Isso arrisca adicionar ainda mais incerteza ao cenário. Vamos monitorar de perto as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas e agiremos de forma apropriada para sustentar a expansão."

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