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Por que sua empresa deve incentivar o intraempreendedorismo

18 jun 2022 - 01h00
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Foto: Gerd Altmann / Pixabay

Eu tinha 22 anos quando montei o projeto da Netglobe, empresa que utiliza a tecnologia para facilitar a interação entre as pessoas no ambiente corporativo. Naquela época, era um menino que tinha saído do interior de São Paulo para estudar na capital e que estava descobrindo sobre o assunto. Até pela precocidade, minha jornada como empreendedor teve uma série de percalços nos últimos 20 anos. 

No entanto, esse tempo também ajudou a ter clareza sobre aspectos e características. É por isso que hoje eu tenho convicção sobre a relevância do pensamento empreendedor. Toda empresa deveria incentivar e desenvolver isso entre seus colaboradores.

O intraempreendedorismo é um termo extremamente recente na gestão. É o que acontece quando empresas investem no desenvolvimento de uma cultura organizacional orientada para a inovação, e isso pode transformar processos, produtos ou serviços. Também é uma postura que abre portas para novos negócios.

O pensamento empreendedor, afinal, independe da posição que o colaborador ocupa. Segundo minha mãe, por exemplo, eu já mostrava esse tipo de iniciativa desde a infância, quando criei uma fábrica de pipas ou vendi velas no feriado de Finados. Como empreender em cada projeto, entregando algo melhor e sem olhar para trás? Esse questionamento tão presente na vida de qualquer pessoa de negócios já faz uma diferença enorme.

Comece pensando nas atividades que você desenvolve e em como ser melhor em cada uma dessas iniciativas. Tratar as demandas corriqueiras como projetos aproxima você de um pensamento empreendedor e pode aumentar o comprometimento com metas de curto ou médio prazo.

Além disso, é importante ter clareza sobre os objetivos. Comecei a lidar com tecnologia há 20 anos, quando as videoconferências ainda estavam nos primórdios, e disse para mim que queria usar isso para mudar a vida das pessoas. Naquela época, um gestor me aconselhou a deixar isso de lado e aproveitar para ganhar dinheiro. Entendi que deveria fazer algo diferente do recomendado, e isso é coragem.

Outro aspecto é que empreender pressupõe risco. Quando montei o projeto da Netglobe, não tinha acesso a investidores anjo ou fundos. Apresentei a ideia para os meus pais, que se comprometeram a aportar recursos, mas no dia combinado o meu pai não conseguiu. Precisei lidar com uma restrição inesperada e ainda assim tirar meu projeto do papel.

Por fim, empreender me mostrou que empresas só crescem por causa de pessoas. A Netglobe trabalha com tecnologia, mas ela só atingiu o status atual porque conecta pessoas e porque enxerga essa interação como algo maior do que os equipamentos ou softwares.

Desenvolver habilidades para pensar por projetos, manter um compromisso com objetivos macro, saber lidar com riscos e priorizar as pessoas são atitudes que compõem um cenário favorável para qualquer empreendedor, e as mesmas características podem fazer enorme diferença na sua empresa. 

Eu mesmo, preocupado com alguns aspectos da saúde no nosso país, tenho dedicado horas livres para desenvolver um projeto voltado a essa área. Outra característica marcante de incentivar o pensamento empreendedor é que esse é um caminho sem volta.

(*) Renato Batista é fundador e CEO da Netglobe.

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