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PIB cresce 0,2% no segundo trimestre e indica estagnação

Greve dos caminhoneiros desacelerou a economia nacional no período; resultado foi pressionado por queda dos investimentos e da indústria

31 ago 2018 - 09h14
(atualizado às 11h22)
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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,2% no segundo trimestre do ano, refletindo a fraca atividade econômica no País. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o PIB do 1º trimestre do ano foi revisado de 0,4% para 0,1%.

Analistas do mercado apontam que a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio, foi um dos fatores determinantes para o tímido resultado, ainda que, para uma parcela dos especialistas, a avaliação seja de que outros fatores já indicavam um resfriamento do ritmo de expansão.

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,2% no segundo trimestre do ano, refletindo a fraca atividade econômica no País
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,2% no segundo trimestre do ano, refletindo a fraca atividade econômica no País
Foto: Marcos Santos/USP Imagens / Usp Imagens

Na comparação com o segundo trimestre de 2017, o PIB avançou 1,0% no segundo trimestre deste ano. Ainda segundo o IBGE, o PIB do segundo trimestre do ano totalizou R$ R$ 1,693 trilhão.

O resultado ficou dentro da pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast com 49 instituições. As estimativas variavam entre retração de 0,62% a alta de 0,50%, com mediana de crescimento de 0,10% em relação ao primeiro trimestre do ano.

Setores

O PIB da indústria caiu 0,6% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2017, o PIB da indústria mostrou alta de 1,2%. Já os serviços puxaram o resultado para cima e avançaram 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2017, o PIB de serviços mostrou alta de 1,2%.

O consumo das famílias ficou praticamente estável no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2017, o consumo das famílias mostrou alta de 1,7%.

O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,5% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2017, o consumo do governo mostrou alta de 0,1%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, caiu 1,8% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2017, a FBCF mostrou alta de 3,7%.

Repercussão

O desempenho não pode ser considerado positivo, avalia o economista-chefe da Mapfre Investimentos, Luis Afonso Lima.

"O PIB foi ruim quantitativamente e pior ainda qualitativamente", disse. "Pelo aspecto quantitativo, estamos vendo uma desaceleração do PIB em relação a trimestres anteriores, ou seja, aquela hipótese de que haveria uma recuperação neste ano está se frustrando", afirmou.

O economista lembrou da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. "Pelos dados de exportação e importação, a redução de maio não foi recuperada em junho. Além disso, os dados de julho que já saíram da balança comercial não estão sendo bons", disse Lima.

Já para sócio-diretor da Macrosector Associados, Fábio Silveira, o resultado foi uma grata surpresa porque mostrou crescimento da economia mesmo depois do forte impacto exercido pela greve dos caminhoneiros sobre a atividade no mês de junho. Para Silveira, a alta de 0,2% no período em análise mostra que a economia está crescendo em linha com a projeção de expansão feita pela Macrosector, apontando para uma expansão de 1,8% este ano.

"O próximo presidente da República não vai pegar um País tão ruim. Em meio a tantas notícias ruins, o PIB mostra que tem coisas boas acontecendo na economia brasileira", disse Silveira.

Revisão

O IBGE revisou o PIB do primeiro trimestre de 2018 ante o quarto trimestre de 2017, que passou de alta de 0,4 % para aumento de 0,1%. O órgão também revisou a taxa do PIB do quarto trimestre de 2017 ante o terceiro trimestre de 2017, de 0,2% para estabilidade (0,0%).

A taxa do terceiro trimestre de 2017 ante o segundo trimestre de 2017 foi revista de 0,3% para 0,6%, enquanto o resultado do segundo trimestre de 2017 ante o primeiro trimestre de 2017 passou de 0,6% para 0,4%. 

Veja também:

PIB pequeno:
Estadão
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