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Petróleo sobe 4% e volta aos níveis de março, quando teve início a pandemia

24 nov 2020 - 18h32
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Os contratos futuros mais líquidos de petróleo fecharam esta terça-feira, 24, em alta significativa, com o apetite por risco de investidores dando a tônica dos mercados. A melhora da perspectiva econômica com a aprovação e distribuição de uma vacina contra a covid-19 continua a influenciar positivamente os preços da commodity, enquanto o avanço da transição de poder nos Estados Unidos e a expectativa de extensão do corte da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) atuaram como pano de fundo para a alta das cotações.

O petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 4,29% (US$ 1,85), a US$ 44,91 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), após superar a marca de US$ 45 por barril mais cedo. Já o Brent para igual mês encerrou as negociações com avanço de 3,90% (US$ 1,80) na Intercontinental Exchange (ICE), cotado a US$ 47,86 o barril. Os preços voltaram para os níveis de março, quando teve início a pandemia do novo coronavírus.

Resultados recentes que mostraram eficácia elevada de possíveis vacinas contra a covid-19 foram os principais fatores para impulsionar as ações do petróleo nos últimos dias. Pfizer, Moderna e AstraZeneca estão entre as empresas que já divulgaram a eficácia de suas vacinas em testes de fase 3, e nesta terça-feira foi a vez da candidata russa Sputnik V. De acordo com representantes do governo da Rússia e do Instituto Gamaleya, o possível imunizante atingiu eficácia média de 91,4% em testes laboratoriais de estágio final. Em fase 2, os russos tinham anunciado uma eficácia um pouco maior, acima de 95%. Os resultados ainda não foram publicados em revista científica.

A melhora das perspectivas para a demanda do petróleo causadas pelas vacinas foi acompanhada pela redução da incerteza política, causada pelo início da transição formal de poder nos EUA. Em postagem no Twitter ontem, o presidente Donald Trump autorizou a líder da Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) da Casa Branca, Emily Murphy, a começar o processo de transição para a futura gestão de Joe Biden.

A notícia de que a escolhida do presidente eleito americano para o Tesouro será a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) Janet Yellen também tem deixado investidores otimistas. Além de presidir o Fed entre 2014 e 2018, Yellen atuou na formulação de políticas do órgão para conter a crise financeira de 2008 e 2009.

Por fim, a perspectiva de que a Opep+ irá estender os cortes na produção de petróleo também influenciou o ânimo do mercado. Hoje, a agência de notícias Tass informou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou a possibilidade de adiantar as negociações sobre a extensão dos cortes com a liderança da Arábia Saudita, sinalizando que uma decisão só será tomada após a reunião do grupo, que ocorre em 1º de dezembro.

Estadão
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