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Petróleo fecha em queda com reunião da Opep sem surpresas

2 jul 2019 - 16h47
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda firme nesta terça-feira, 2, com a falta de surpresas da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que divulgou a já esperada extensão dos cortes na produção de petróleo por mais nove meses. Ao mesmo tempo, indicadores de diferentes países têm apontado para uma desaceleração da economia global, o que acende temores em relação à demanda por energia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com entrega para agosto encerrou o pregão em queda de 4,08%, para US$ 56,25 por barril, o menor preço de liquidação diário desde 19 de junho. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo Brent para setembro caiu 4,09%, para US$ 62,40 o barril.

Ontem, a Opep divulgou aquilo que já era esperado pelo mercado: optou por manter a limitação da produção de petróleo por mais nove meses. No último final de semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já havia revelado um acordo com a Arábia Saudita para manter os cortes em seus níveis atuais. Pela falta de novidades, a decisão não foi interpretada como um temor em relação à oferta, o que tenderia a fortalecer as cotações de petróleo. O analista do Rabobank Ryan Fitzmaurice classificou o movimento como "compre o boato, venda o fato", já que as cotações da commodity subiram na semana que antecedeu a decisão da Opep.

As preocupações em relação à demanda por energia foram renovadas, mesmo após o encontro Opep+. Ontem, o ministro de Petróleo da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, mostrou preocupação quanto à demanda no início do próximo ano. Além disso, diversos indicadores econômicos têm sinalizado desaceleração mais intensa do que o esperado da economia global. Hoje, por exemplo, foi divulgado que as vendas no varejo caíram 0,6% em maio ante abril na Alemanha, enquanto o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de construção do Reino Unido recuou de 48,6 em maio para 43,1 em junho, o menor nível desde abril de 2009.

Colaboram, ainda, as preocupações com a demanda a notícia de que os EUA estudam impor tarifas adicionais a US$ 4 bilhões em produtos da União Europeia. O fato diminuiu o otimismo sobre uma possível retomada da normalidade no comércio global, hipótese que ficou em aberto desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, acordaram uma trégua na guerra comercial durante o encontro do G20, no Japão, no último final de semana.

Investidores ainda monitoram a divulgação dos estoques de petróleo em território americano, na semana até 28 de junho, que será feita no final da tarde desta terça-feira pelo American Petroleum Institute (API). / Com informações da Dow Jones Newswires

Estadão
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