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Petróleo fecha em queda com aversão a risco e temores de recessão de volta

14 ago 2019 - 17h02
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Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta quarta-feira, 14, em queda, com os mercados internacionais avessos a risco após a renovação de temores de uma recessão global. A postura foi tomada em meio à divulgação de dados econômicos fracos da China e da Alemanha, o que se refletiu em inversão na curva de juros entre títulos de dois e dez anos nos Estados Unidos e no Reino Unido.

O petróleo do tipo WTI para entrega em setembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 3,27%, a US$ 55,23 o barril. Já o petróleo Brent para outubro, comercializado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,97%, a US$ 59,48 o barril, perdendo a marca psicologicamente importante de US$ 60 por barril.

No fim da noite de terça-feira (pelo horário de Brasília), a China anunciou a maior desaceleração em 17 anos de sua produção industrial durante o mês de julho, apesar da variação positiva de 4,8%. "Isso, efetivamente, significa que a atual situação da indústria chinesa está pior do que estava durante a crise financeira global", salienta um relatório do ING Economics.

Já no início desta quarta-feira, a Alemanha divulgou contração de 0,1% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2019. Embora o índice tenha avançado 0,4% na comparação anual, agentes do mercado viram o número com maus olhos.

Os indicadores chinês e alemão reforçaram as expectativas por uma recessão futura, avaliação que resultou em inversão da curva de juros entre T-notes de dois e dez anos nos EUA, movimento também verificado nos gilts britânicos para os mesmos vencimentos.

"O risco de uma desacelaração do crescimento mundial no segundo semestre de 2019 continua alta", diz um relatório do BBVA divulgado a clientes.

Diante de tal cenário, que indica possibilidade de redução da demanda por energia, as cotações de petróleo foram pressionadas. Pelo lado cambial, o dólar forte, verificado ao longo do dia, também tende a afastar investidores de commodities, na medida em que elas se tornam mais caras para detentores de outras divisas.

Além disso, investidores de petróleo avaliaram, nesta quarta, o aumento de 1,58 milhão de barris nos estoques da commodity energética em solo americano, na semana encerrada em 10 de agosto.

O indicador, apesar de tender a pressionar as cotações, não teve impactos notáveis nos mercados internacionais, minutos após sua divulgação.

Estadão
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