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Petróleo fecha em alta, com acordo EUA-China e notícias do Irã no radar

4 nov 2019 - 17h43
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em território positivo nesta segunda-feira. O dia foi de apetite ao risco nos mercados internacionais diante de notícias sobre avanços nas negociações comerciais com a China. Também nesta segunda-feira, o ministro de Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, disse esperar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegue a um acordo para cortar ainda mais sua produção em reunião marcada para dezembro, enquanto indicadores relativamente positivos da indústria da zona do euro foram monitorados.

O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 0,60%, a US$ 56,54 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para janeiro teve alta de 0,71%, a US$ 62,13 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos futuros de petróleo ganharam força com o otimismo em torno da fala do secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, em entrevista à Bloomberg no domingo, afirmando que EUA e China devem assinar a chamada "fase 1" do acordo comercial preliminar ainda este mês. Ross revelou também que serão concedidas "muito em breve" licenças para que companhias americanas vendam componentes à gigante tecnológica chinesa Huawei.

O otimismo no exterior também foi influenciado pela divulgação do índice de gerentes de compras industrial da zona do euro (PMI, na sigla em inglês), que subiu de 45,7 em setembro - que havia sido o menor nível desde outubro de 2012 - para 45,9 em outubro, segundo pesquisa final divulgada pela IHS Markit. O resultado ficou acima da previsão de 45,7 dos analistas, mas a leitura abaixo de 50 ainda indica contração na manufatura do bloco pelo nono mês consecutivo.

Outro assunto que pode ter contribuído para apoiar a commodity foi o anúncio de novas sanções contra iranianos. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos vai bloquear o fluxo de dinheiro à Equipe Geral das Forças Armadas do Irã (AFGS, na sigla em inglês), apontada como o órgão militar "mais sênior" no país persa, e a nove cidadãos iranianos, sob acusação de agir em nome do líder supremo Ali Khamenei para "oprimir o povo iraniano, exportar terrorismo e avançar políticas desestabilizadoras ao redor do mundo".

Entre as novidades no setor de energia, destaca-se a oferta pública inicial de ações (IPO) da petrolífera Saudi Aramco, anunciado no domingo, após cerca de quatro anos de adiamentos. O príncipe saudita Mohammed bin Salman deu autorização para a listagem nos últimos dias. A companhia, que produz cerca de 10 milhões de barris de petróleo por dia e é responsável por 10% da demanda global da commodity, vai entrar no mercado doméstico de ações em dezembro, com listagem na Saudi Stock Exchange (Tadawul).

"A entrada da Aramco provavelmente abalará os principais estoques de energia, já que os investidores dificilmente deixariam a gigante petrolífera saudita fora de suas carteiras de energia", avalia Ipek Ozkardeskaya, analista da London Capital Group. Segundo o analista, o setor de energia deve ser impactado pelo anúncio do IPO da Aramco.

Estadão
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