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Petróleo fecha em alta após EUA imporem sanções contra a Venezuela

29 jan 2019 - 18h04
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 29, apoiados por sanções impostas pelos Estados Unidos contra a estatal de petróleo venezuelana PdVSA, em uma tentativa de fortalecer o líder opositor e autointitulado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em março chegou ao fim do dia cotado a US$ 53,31por barril, em alta de 2,54%. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para abril, que passou a ser o contrato mais líquido, subiu 2,32%, para US$ 61,20.

Na segunda-feira, os Estados Unidos impuseram sanções à PdVSA, em uma tentativa de fortalecer Guaidó e de minar ainda mais o governo do presidente Nicolás Maduro. A medida ocorreu menos de uma semana depois que Trump reconheceu o líder opositor como o legítimo chefe de Estado da Venezuela pouco tempo depois de Guaidó se declarar presidente interino. Sob as novas sanções, "qualquer pagamento de empresas dos EUA por petróleo venezuelano deve ser feito para contas do governo Guaidó, que é reconhecido pelos EUA", explicaram analistas da consultoria JBC Energy. "Isso parece ser um embargo de fato, já que, sob o cenário político atual, a PdVSA não receberá dinheiro de empresas americanas", escreveram os analistas em nota nesta terça-feira. De acordo com o Commerzbank, nos dez primeiros meses de 2018, os EUA importaram 500 mil barris de petróleo bruto por dia da Venezuela.

"A produção venezuelana de petróleo está em declínio há vários anos, com a falta de investimento em campos de petróleo, que caiu de cerca de 2,4 milhões de barris por dia no fim de 2015 para cerca de 1,2 milhão de barris por dia atualmente", disse o estrategista de commodities Warren Paterson, do ING. "Dado que as empresas de serviços petrolíferos dos EUA terão de reduzir as negociações com a PdVSA, isso sugere o potencial para um declínio ainda mais acelerado na produção de óleo cru venezuelano."

Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Venezuela detém a presidência rotativa do cartel neste ano. Ainda assim, alguns analistas continuam ansiosos para que a produção recorde dos EUA e a produção estável da Arábia Saudita e da Rússia mantenham o mercado bem suprido.

Ainda nesta terça-feira, a estatal líbia National Oil Corporation disse esperar aumentar sua produção de petróleo de pouco menos de 1 milhão de barris por dia (bpd) para 1,3 milhão de bpd este ano, afirmou o presidente da empresa, Mustafa Sanalla, em entrevista. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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