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Petróleo cai com aumento de estoque inesperado e persistência de tensões globais

7 ago 2019 - 17h19
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, pressionados pelo aumento dos estoques da commodity nos Estados Unidos e pela percepção de deterioração da economia global, em meio às tensões comerciais e cambiais envolvendo EUA e China.

O petróleo WTI para setembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), recuou 4,73%, para US$ 51,09 o barril, aproximando-se da marca psicologicamente importante de US$ 50. Dando continuidade ao movimento de bear market, o WTI já cedeu 35% em relação ao seu último pico, registrado em 3 de outubro de 2018, quando o contrato mais líquido foi cotado a US$ 78,60. Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a imposição de novas tarifas à China, em 1º de agosto, o petróleo WTI já caiu 11,74%.

Já o petróleo Brent para outubro, negociado na International Exchange (ICE), caiu 4,60%, para US$ 56,23 o barril, também em bear market. A perda já é de 31,58% em relação ao seu último pico, igualmente registrado em 3 de outubro de 2018, quando o contrato mais líquido foi cotado a US$ 82,19. O Brent cedeu 12,45% desde que Trump impôs novas tarifas à China.

Nesta quarta-feira, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA divulgou aumento de 2,385 milhões de barris nos estoques do país na semana encerrada em 2 de agosto, contrariando as expectativas de analistas, que esperavam queda de quase 3 milhões de barris. Já a taxa de utilização das refinarias subiu de 93,0% na semana anterior para 96,4% na semana passada, acima dos 93,5% previstos. Com o aumento na oferta, os preços tendem a ceder.

A continuidade das tensões comerciais e cambiais entre EUA e China, renovadas desde que a Casa Branca impôs novas tarifas ao país asiático, segue levantando temores de que o mundo poderá precisar de menos petróleo em breve, na medida em que as retaliações reforcem as já vistas desacelerações econômicas. A cautela é reforçada pela divulgação de indicadores fracos de atividade em grandes economias, como a Alemanha, que anunciou o pior desempenho de sua indústria em dez anos.

Para o Commerzbank, a queda acentuada do petróleo já está em "fase de exagero". "A demanda não é suficientemente fraca para justificar o desempenho atual do preço", diz a instituição, em relatório divulgado a clientes.

Estadão
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