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Petróleo Brent supera US$ 80 por barril e fecha no maior nível desde 2014

24 set 2018 - 16h20
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Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta segunda-feira, 24, em forte alta, apoiados pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de um grupo de outros dez produtores, que, no fim de semana, resolveram não aumentar a produção da commodity, mantendo os níveis de oferta acordados em junho.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 1,83%, para US$ 72,08 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para o mesmo mês saltou 3,05%, para US$ 81,20, no maior nível desde 2014.

O último domingo foi marcado por uma reunião da Opep e de outros grandes produtores de petróleo para avaliar os níveis de conformidade do pacto para redução de oferta. A última reunião do grupo foi realizada em junho, quando os integrantes do acordo decidiram aumentar a produção de óleo cru a fim de equilibrar o mercado de petróleo. Neste domingo, os signatários do pacto resolveram manter a oferta constante em relação ao acordado em junho - o que fez com que os preços do petróleo saltassem nesta segunda-feira.

"Os problemas de fornecimento são reais", afirmou o estrategista-chefe de energia da Macro Risk Advisors, Chris Kettenmann. "As sanções econômicas dos Estados Unidos ao Irã estão apenas agravando o fato de que os compradores precisam procurar em outro lugar a entrega de barris", afirmou. Além disso, alguns investidores esperavam que a Opep pudesse aumentar a oferta de petróleo depois que o presidente americano, Donald Trump, instou o cartel a abaixar os preços da commodity.

De acordo com o diretor-gerente da consultoria Petromatrix, Olivier Jakob, "o mercado estava esperando que a Arábia Saudita fosse um pouco mais proativa, e não há sinais disso". De acordo com o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, o mercado está bem apoiado mesmo sem 100% de comprometimento dos players com o acordo da Opep.

Dado esse cenário, os analistas do Bank of America Merrill Lynch apontaram que a "a probabilidade de um pico nos preços do petróleo e de um cenário de colisão semelhante ao observado em 2008 aumentou". O banco espera que o preço do Brent em 2019 atinja US$ 80 por barril, um aumento em relação à previsão de US$ 75 vista anteriormente.

Já o analista de petróleo e gás da Cantor Fitzgerald, Ashley Kelty, comentou que os preços do petróleo podem continuar a subir nas próxima semanas. "Isso ocorre porque a Opep essencialmente ignorou o pedido de Trump para aumentar a produção e ajudar a baixar os preços. Na realidade, não acreditamos que a Opep realmente possa elevar a produção significativamente no curto prazo, apesar da suposta capacidade de 12 milhões de barris de petróleo por dia que os sauditas têm", comentou. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Estadão
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