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Petrobras manterá desalavancagem, diz CEO, que vê 'frutos' de trabalho continuado

5 ago 2021 - 13h02
(atualizado às 13h08)
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Os resultados trimestrais alcançados pela Petrobras, assim como a remuneração prevista aos acionistas, refletem decisão da companhia de seguir "fielmente" planos de negócios já traçados, com "altos padrões éticos de governança", afirmou nesta quinta-feira o presidente da petroleira estatal, Joaquim Silva e Luna.

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
9/3/ 2020 REUTERS/Sergio Moraes
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 9/3/ 2020 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

A companhia publicou na véspera lucro líquido de 42,855 bilhões de reais no segundo trimestre, superando estimativa de analistas, e anunciou antecipação do pagamento de remuneração ao acionista referente ao exercício de 2021 no montante de 31,6 bilhões de reais.

As ações da Petrobras, que abriram em alta de cerca de 9,5% nesta quinta-feira, mantinham o forte avanço no início da tarde.

O Credit Suisse elevou a recomendação da ADR da Petrobras de "neutra" para "outperform" e subiu o preço-alvo para 14 dólares, de 11 dólares.

"Compartilhamos com nossos acionistas os ganhos obtidos pela Petrobras", disse Luna, em webcast com analistas e investidores de mercado.

"Esses são frutos da decisão da companhia de continuar seguindo os mais altos padrões éticos de governança e de fidelidade ao seu plano estratégico. Seguiremos a trajetória de sustentabilidade financeira, geração de valor e desalavancagem."

Luna adiantou que a empresa prevê alcançar ainda neste ano a meta de dívida bruta de 60 bilhões de dólares, antes prevista para 2022.

No fim de junho, a dívida bruta alcançou 63,7 bilhões de dólares, uma queda de 27,5 bilhões de dólares ante o segundo trimestre de 2020.

A conclusão da meta permitirá uma maior remuneração aos acionistas.

Luna, que substituiu a gestão de Roberto Castello Branco no início do ano, disse que os resultados também são "fruto de um trabalho continuado de longo prazo".

A empresa também manteve a posição de que seus preços de combustíveis devem acompanhar cotações internacionais, mas sem repassar volatilidade ao mercado interno.

O diretor-executivo de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, admitiu, contudo, que a companhia contribui com o governo sobre as discussões para a formulação de um fundo de estabilização de preços de derivados.

Ele comentou ainda que a necessidade de ajustes de preços foi reduzida no segundo trimestre devido ao movimento de cotações e câmbio.

"No primeiro trimestre, um aumento forte das cotações e da taxa de câmbio nos levou a fazer ajustes para um patamar mais alto e mais rápido, se comparar com segundo trimestre", disse Mastella.

"Mais recentemente, o que tem acontecido, é que tem variações de cotações e taxa de cambio muitas vezes em movimentos opostos, gerando alguma compensação. Isso minimizou a necessidade de ajustes tão frequentes no segundo trimestre. A gente segue buscando equilíbrio com o mercado internacional."

DESINVESTIMENTOS

Durante a teleconferência, o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Rodrigo Araujo, afirmou que a empresa tem empenhado os maiores esforços para cumprir compromissos de venda de ativos fechados com o órgão antitruste Cade, incluindo a venda de todas as suas refinarias fora dos Estados do Rio e São Paulo.

Araujo frisou também que a empresa não vê movimentos contrários do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à venda da refinaria Rlam ao grupo Mubadala, a qual a empresa planeja concluir ainda neste ano ou no início de 2022.

Das demais refinarias à venda, o diretor citou que as mais avançadas eram Reman, Lubnor e SIX.

A Petrobras conta ainda com um assessor financeiro para buscar soluções para a venda de sua fatia na Braskem, alguns cenários já foram traçados, mas nenhuma decisão tomada até o momento, disse ele.

PRÓXIMO PLANO MAIS ROBUSTO

Sobre o próximo plano de negócios 2022-2026, o diretor financeiro afirmou que deverá ser publicado entre novembro e dezembro e sinalizou que não deverá apresentar grandes mudanças estratégicas.

Segundo ele, a empresa permanecerá com sua gestão de portfólio, o qual ele destacou ser resiliente a diversos cenários de preços.

A empresa deverá ainda manter sua estratégia de trabalhar em parcerias nos ativos de exploração e produção de petróleo, dividindo riscos e gerando valor, ressaltou o diretor da área. Fernando Borges.

Borges disse ainda que o novo plano 2022-26 será "bastante robusto", considerando um petróleo Brent mais favorável, devido ao cenário de recuperação econômica global no período pós-pandemia de Covid-19.

"Se olha plano 2021-25, a gente teve um freio nele... o Brent mergulhou abaixo de 30 dólares por barril. Mas... a gente continua com respeito ao Brent de equilíbrio, tem que estar abaixo de 35 dólares para aprovar o projeto", afirmou.

Ele destacou ainda as perspectivas de contratação de novos módulos de produção de petróleo, como para Búzios e outras áreas da cessão onerosa.

"A gente tem leilão dos volumes excedentes (da cessão onerosa) Sépia e Atapu (neste ano), que certamente vão ensejar projetos de desenvolvimento da produção... temos óleo suficiente lá para dar respaldo em cada uma dessas duas áreas", afirmou.

Búzios, atualmente o segundo maior campo produtor do Brasil, também na cessão onerosa, deverá ter um total de 12 plataformas, reiterou. A plataforma Búzios 9 deverá constar no novo plano prevista para 2026.

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