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Petrobras eleva aportes para US$84,1 bi até 2023; mantém foco em petróleo e gás

5 dez 2018 - 11h31
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A Petrobras prevê investir 84,1 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, um aumento de quase 10 bilhões de dólares na comparação com o plano anterior, com o setor de exploração e produção de petróleo e gás mantendo a maior parte dos aportes, informou a companhia nesta quarta-feira.

Trabalhador caminha na plataforma petrolífera Petrobras P-66 na Bacia de Santos, no Rio de Janeiro 5/09/ 2018.  REUTERS/Pilar Olivares
Trabalhador caminha na plataforma petrolífera Petrobras P-66 na Bacia de Santos, no Rio de Janeiro 5/09/ 2018. REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O plano de negócios para 2019 a 2023, aprovado na véspera pelo conselho de administração da empresa, supera os investimentos de 74,5 bilhões de dólares previstos entre 2018 a 2022 e ainda indica potenciais vendas de ativos de 26,9 bilhões de dólares no período do plano.

Embora o foco da companhia nos próximos anos deva continuar em petróleo e gás, a estatal destacou que o programa também prevê mais espaço para outras fontes de energia nos negócios no horizonte até 2040. A empresa ainda delineou alguns objetivos de redução de emissões de carbono, em linha com gigantes globais.

"A exploração e produção continua como o mais importante motor de geração de valor da companhia, permanecendo o foco no desenvolvimento da produção em águas profundas, notadamente nas áreas do pré-sal", disse a estatal, notando que a empresa também buscará parcerias em negócios de energia elétrica renovável, "como um novo motor de geração de valor com foco no futuro sustentável da companhia".

O novo plano ainda incorporou métrica de retorno sobre o capital empregado (ROCE) acima de 11 por cento em 2020, e previu dívida líquida/Ebitda ajustado abaixo de 1,5 vez em 2020.

Do total previsto até 2023, a Petrobras estimou investimentos de 68,8 bilhões de dólares em exploração e produção de petróleo e gás e 8,2 bilhões de dólares em refino, transporte e comercialização. No plano anterior, E&P tinha previsão de receber 60,3 bilhões de dólares, enquanto refino e gás, 13,1 bilhões de dólares.

Em 2019, o crescimento da produção de óleo será de 10 por cento no Brasil e de 7 por cento na produção total, em virtude da entrada em operação de cinco novos sistemas em 2018 e mais três em 2019.

"Ao longo do plano, está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas. Para o período entre 2020 e 2023, a produção total de óleo e gás natural terá um crescimento médio de 5 por cento ao ano", destacou a Petrobras.

A petroleira ainda estima investir 5 bilhões de dólares em gás e energia, 300 milhões de dólares em petroquímica e 400 milhões de dólares em energias renováveis até 2023.

A Petrobras disse ainda que dará continuidade ao plano de desinvestimentos, prevendo potencial entrada de recursos de 26,9 bilhões de dólares no período do plano.

"O plano prevê o reposicionamento em refino, por meio de parcerias nos clusters Nordeste e Sul, que representam 40 por cento da capacidade de refino instalada no Brasil, permitindo o compartilhamento dos riscos do negócio e o estabelecimento de um setor mais dinâmico, competitivo e eficiente, além de geração de liquidez para a companhia", afirmou a empresa no comunicado.

No início de novembro, a empresa informou que não atingiria sua meta de desinvestimentos de 21 bilhões de dólares para o biênio 2017 e 2018, devido a impasses judiciais para vender importantes ativos, como a unidade de gasodutos no Nordeste (TAG) e fatias em refinarias.

"A Petrobras dará continuidade aos projetos de desinvestimentos já anunciados e continuará com parcerias e desinvestimentos orientados pela gestão ativa de portfólio...", afirmou.

FINANCIABILIDADE

Pela disciplina de custos, redução da dívida e compromisso com a rentabilidade, a companhia afirmou que terá uma geração de fluxo de caixa livre "robusta" no período do plano.

As iniciativas de desinvestimentos e parcerias, associadas a uma geração operacional de caixa estimada em 114,2 bilhões de dólares no horizonte do plano --após dividendos, impostos e contingências-- permitirão à Petrobras realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, "sem necessidade de novas captações líquidas" até 2023.

"A companhia buscará uma estrutura ótima de capital, com alavancagem... em torno de 25 por cento", disse a empresa, acrescentando que "será mantida a política de remuneração aos acionistas, e eventual alteração na distribuição de dividendos levará em conta a redução dos indicadores de endividamento e novas oportunidades de investimento".

De acordo com a empresa, a busca por eficiência e o custo de extração no pré-sal inferior a 7 dólares/boe conduzirão o custo de extração médio para níveis inferiores a 10 dólares/boe a partir de 2020.

A Petrobras prevê preço do barril de petróleo Brent em 66 dólares em 2019, 67 dólares em 2020 e 72 dólares em 2021, um valor que subirá para 75 dólares em 2022 e 2023. A taxa de câmbio deverá variar de 3,6 reais por dólar em 2019 a 3,8 reais por dólar em 2023.

SUSTENTABILIDADE

O plano, disse a estatal, também trouxe "um compromisso com a descarbonização de processos e produtos, com estabelecimento de crescimento zero das emissões absolutas operacionais no horizonte até 2025 tendo 2015 como referência, mesmo com o aumento da produção".

A empresa estabeleceu metas de redução de intensidade de emissões em 32 por cento do E&P e 16 por cento no refino entre 2015 e 2025, quando atingiremos 15 kg CO2e/boe no E&P e 36 kg CO2e/t CWT no refino.

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