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PESQUISA-Ibovespa só deve se aproximar de máximas históricas em 2021

25 nov 2020 - 08h01
(atualizado às 09h34)
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O principal índice de ações do Brasil só deve voltar a se aproximar de suas máximas históricas em meados do próximo ano e ainda assim pode não confirmar o movimento dado o risco de uma nova onda de contágio pelo coronavírus e receios com o cenário fiscal no país, segundo pesquisa da Reuters.

15/12/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
15/12/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O Ibovespa deve zerar parte relevante do prejuízo com os efeitos econômicos do Covid-19 até o final de 2020, terminando o ano com uma um salto de 70% em relação às mínimas de março, mas ainda continuará relativamente distante do recorde de janeiro, quando quase bateu 120 mil pontos.

O coronavírus já matou quase 170 mil pessoas no Brasil, maior mercado acionário da América Latina.

Estrategistas estimam que o Ibovespa fechará este ano em 108 mil pontos - nível 1,6% abaixo do fechamento da terça-feira e 6,6% menor do que o encerramento de 2019 - e alcance 117.500 pontos até a metade de 2021, segundo a mediana de 10 estimativas compiladas pela Reuters entre 12 e 23 de novembro.

"O aumento das incertezas e um possível movimento de lockdowns se repetindo na Europa e nas Américas trazem um cenário mais denso que, caso se concretize, reduziria a velocidade de recuperação do Ibovespa", avalia o chefe de renda variável da Vero Investimentos, Alexandre Jung.

Outra razão que corrobora expectativas de que o Ibovespa não passe muito desse nível até o final de 2021 está relacionada à situação das contas públicas do país e os próximos passos do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano "BB-" para o Brasil, com perspectiva negativa, e chamou atenção aos riscos fiscais do país em um ambiente de incerteza política doméstica e ressurgimento global das infecções pelo coronavírus.

"Só uma definição sobre a agenda política e econômica fará com que os investidores voltem seus olhares para maior exposição em ativos de risco no país," disse Jung.

MÉXICO

De acordo com a pesquisa, no México, o índice S&P/BMV IPC deve retornar aos níveis pré-coronavírus no final do próximo ano, avançando para 46.000 pontos, enquanto as previsões sinalizam que fechará 2020 em 41.500 pontos. Embora distante de seu recorde de 2017 (51.713,28 pontos), a previsão para 2021 foi muito mais otimista do que a estimada em pesquisa realizada três meses atrás, em 42.600 pontos. Isso é explicado pela especulação de que o banco central do México manterá sua postura 'dovish' para garantir uma recuperação econômica que carece dos grandes estímulos implementados pelos seus vizinhos. "Como a taxa de juros do México provavelmente ficará em 4,0%, oferecendo rendimentos reais negativos, os investidores buscarão melhores retornos no mercado acionário local", disse o analista-chefe de mercado da MetAnalisis, Gerardo Copca.

(Com reportagem adicional de Richa Rebello e Manjul Paul em Bengaluru)

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