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Parlamentares do PSL defendem novo regime para Previdência como "poupança garantida" após reunião com Guedes

25 abr 2019 - 11h01
(atualizado às 11h37)
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Parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, defenderam um novo regime para Previdência como uma "poupança garantida" após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizando que a estratégia do governo será de tentar vencer as resistências à introdução do sistema de capitalização com o uso da expressão.

Ministro da Economia, Paulo Guedes
27/03/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Economia, Paulo Guedes 27/03/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"O que a gente vai falar agora é da poupança garantida. O que está muito claro que o ministro Paulo Guedes conseguiu passar ... é que o novo sistema, a nova Previdência, é a Previdência da poupança garantida", disse a deputada Bia Kicis (PSL-DF).

"Tem uma ideia sobre capitalização que remete a banco, (mas) não tem banco envolvido. Vão ser gestores de Previdência e cada jovem que entrar, que tiver seu primeiro emprego, terá a liberdade de escolher onde quer aplicar o seu dinheiro. Na verdade é um sistema de poupança. E todo mundo sabe que poupança é o que faz o país crescer", acrescentou.

A jornalistas, ela afirmou que, aprovado o texto da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o que muda agora é o engajamento maior dos parlamentares com o projeto para fazê-lo avançar na comissão especial. A reunião com Guedes, segundo ela, foi para tirar dúvidas e "preparar a tropa de choque".

Na saída do encontro, o líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (PSL-GO), também se referiu à nova Previdência como "poupança garantida", defendendo a diminuição de encargos para empresários para geração de empregos.

"Estamos falando aquilo que é verdadeiro, nós não estamos inventando um mantra. Simplesmente estamos dizendo 'é uma nova Previdência, não é uma reforma' e é uma poupança que cada trabalhador vai poder fazer", afirmou.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo muda as regras do regime previdenciário atual, de repartição, e dá aval para que o regime de capitalização possa ser introduzido, condicionando sua entrada em vigor à aprovação de um posterior projeto de lei a respeito.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem feito uma enfática defesa da capitalização, que, na sua visão, deve ser acompanhada do fim de encargos trabalhistas para empregadores para impulsionar a geração de empregos no país. O tema, contudo, é visto com forte resistência pelo Congresso, com muitos parlamentares apontando que o governo está pedindo um cheque em branco ao Parlamento ao não delinear exatamente como fará a transição para a capitalização.

Guedes já afirmou que não lançará a capitalização se a PEC da Previdência render economia inferior a 1 trilhão de reais em 10 anos.

No sistema de capitalização, cada trabalhador contribui para uma conta individual e retira daí os proventos de sua aposentadoria. Descontado do salário, o dinheiro é administrado por gestores em fundos de pensão.

No atual sistema de repartição, as contribuições dos trabalhadores na ativa são utilizadas para bancar os benefícios dos aposentados. O modelo está em franco desequilíbrio devido ao envelhecimento acelerado da população e ao fato de as famílias terem cada vez menos filhos.

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