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Para Levy, reforma da previdência depende de 'coragem' da classe política

'Os trabalhadores entendem a necessidade de ajuste', afirmou ex-ministro da Fazenda

1 nov 2018 - 21h53
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WASHINGTON - Ex-ministro da Fazenda e atual diretor-geral e Diretor Financeiro do Grupo Banco Mundial, Joaquim Levy comentou nesta quinta-feira, 1.º, a situação do Brasil em evento em Washington. Levy afirmou que por vezes a reforma da previdência não sai do papel por medo da classe política em encampá-la. "Os trabalhadores entendem a necessidade de ajuste. Com frequência são os políticos que fazem disso uma grande coisa", afirmou, em evento organizado pelo Council of the Americas. "É preciso um pouco de coragem", disse Levy, completando: "não é algo que as pessoas irão realmente desgostar".

Levy falou que é possível mudar a tendência da economia se forem enfrentados desafios como a reforma da previdência, a redução de burocracias e conferir segurança a investimentos.

Questionado sobre a ideia de fusão dos ministérios, Levy afirmou que a infraestrutura é um "desafio" e destacou que é uma questão chave olhar para o setor de transporte no País - tanto nas cidades, disse Levy, como em toda a cadeia logística. Ele destacou a importância de haver uma combinação de planejamento e também financiamento do setor privado. Segundo ele, para atrair o setor privado é necessário planejamento transparente pelo poder público, entre outras coisas.

Pelo desenho atual, a gestão de Bolsonaro terá 15 ministérios e vai unir numa pasta de infraestrutura os atuais ministérios de Transportes, Portos e Aviação Civil.

Levy destacou também que as questões de proteção ao meio ambiente e mudança climática são cruciais para o setor de agronegócios. Segundo ele, muitos empresários do agronegócio entendem que as questões ambientais são uma "solução de longo prazo".

Sobre as mudanças e reformas no País, Levy afirmou que o "mais importante é se faça com muita atenção aos aspectos legais".

Segundo ele, é preciso focar em áreas críticas e o Banco Mundial dá importância ao desenvolvimento de capital humano e educação. "Investir em ciência é crucial", disse ele.

No mesmo evento, a economista Monica De Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, professora da Johns Hopkins University e colunista do Estado, afirmou que não se viu debate à fundo sobre os planos econômicos durante a campanha eleitoral. "O voto no Brasil foi muito anti-establishment. Não há um consenso na sociedade sobre o que o Brasil precisa no campo econômico", disse Mônica.

Segundo ela, a unificação do eleitorado de Bolsonaro se dá em torno das plataformas de lei e segurança e, portanto, é de se imaginar que ele dará início às suas atividades nessa seara.

Estadão
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