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Para corretoras, novas regras do BC colocarão mais empresas no comércio exterior 

Avaliação é da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), que representa as corretoras do País; novas regras foram anunciadas pelo Banco Central nesta quinta-feira

9 set 2021 - 18h00
(atualizado às 18h35)
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BRASÍLIA - As novas regras do Banco Central para as operações de câmbio irão facilitar a vida das pessoas que desejam mandar e receber recursos de familiares no exterior e devem colocar mais empresas no comércio internacional, segundo a avaliação da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), que representa as corretoras do País.

Entre as novas regras anunciadas nesta quinta-feira, 9, está a permissão para a realização de transferências unilaterais correntes e de transferências de recursos entre contas mantidas pelo cliente no País e no exterior de até US$ 10 mil. Essas operações poderão ser feitas por meio da plataforma eletrônica "eFX" e já passam a valer a partir de 1.º de outubro deste ano.

Para as corretoras, a principal mudança está na autorização para que essas empresas possam usar diretamente suas contas em moeda estrangeira mantidas no exterior para liquidar operações realizadas no mercado de câmbio. A presidente executiva da Abracam, Kelly Cristina Gallego Massaro, explica que atualmente as corretoras precisam utilizar um banco como intermediário nas remessas de valores para o exterior.

Banco Central anunciou novas regras para operações de câmbio. 
Banco Central anunciou novas regras para operações de câmbio.
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil / Estadão

"As medidas de hoje trouxeram diversos benefícios para o setor, com a redução do custo operacional sistêmico. A possibilidade de instituições não bancárias usarem essa conta corrente em moeda estrangeira no exterior era um pleito do setor desde 2012. Hoje as remessas precisam passar por um banco que tenha uma instituição correspondente no exterior para só assim chegar ao destinatário final. Agora, as próprias corretoras poderão ter contas no correspondente internacional", explica.

Essa "independência das corretoras", como classifica a presidente executiva da Abracam, irá reduzir os custos de intermediação das remessas. Além disso, a possibilidade de negociação direta com bancos no exterior abrirá oportunidades de busca pelas corretoras de melhores spreads nessas operações - ou seja, a diferença entre o custo e o cobrado ao cliente. "Com toda certeza essa maior oferta vai se traduzir em um custo mais atrativo, além da comodidade de uma operação mais ágil", completa.

Exportadores

Segundo Kelly, a redução de custos deve levar mais micro, pequenas e médias empresas para o comércio exterior. "Muitas vezes as operações de exportação deixavam de acontecer pela burocracia e pelo valor das taxas. Agora, mais pequenos negócios poderão vender para fora do País", projeta.

Outra novidade anunciada hoje pelo BC é a liberação para que os exportadores brasileiros também possam receber receitas dos embarques em contas de pagamento em seu nome fora do País. A presidente da Abracam avalia que essa possibilidade adicional de manter os recursos no exterior irá abrir um novo leque de negócios para as corretoras.

"São as corretoras que atendem essas empresas, que não têm departamento de exportação e importação. Muitas vezes o pequeno exportador não consegue entender uma operação tão complexa em termos de documentação e tributação. Muitas empresas não têm interesse em exportar porque não tem condições de se debruçar sobre a operação. E esse é o nosso negócio", acrescenta.

O BC também autorizou que as fintechs classificadas como instituições de pagamento passem a operar no mercado de câmbio, exclusivamente por meio eletrônico. Essa permissão entrará em vigor em 1º de setembro de 2022. Para a presidente da Abracam, as corretoras terão condições de competir de igual para igual com as fintechs nesse mercado.

"Temos condições de fazer remessas em alguns segundos, sistemas interligados que já tem seus canais abertos. Temos a expertise da operação, com instituições centenárias. Temos tranquilidade para competir tanto no ambiente tecnológico quanto no atendimento, desde que não haja assimetrias no ambiente regulatório - que é o que o BC fez. E com mais competitividade, no final do dia ganha a sociedade", conclui.

Estadão
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