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Pandemia faz turismo brasileiro acumular prejuízo de R$ 261,3 bilhões de março a dezembro

Segundo cálculos da CNC, setor só deve voltar ao nível de geração de receitas pré-pandemia no fim de 2022

13 jan 2021 - 16h43
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RIO - As atividades turísticas acumulam prejuízo de R$ 261,3 bilhões desde o agravamento da pandemia de covid-19 no País, em março de 2020. O setor chegou ao fim do ano passado operando com apenas 42% da sua capacidade mensal de geração de receitas, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O setor turístico só deve recuperar o nível médio de geração de receitas mensais do pré-pandemia ao fim de 2022, prevê o economista Fabio Bentes, da CNC.

"Estamos vendo um recrudescimento da pandemia, com ações sendo tomadas para frear essa disseminação pelo menos até a chegada da vacina. Ainda não sabemos quando afinal de contas esse plano (de imunização) será implementado. O turismo brasileiro não trabalha só com o público doméstico, recebe muito turista do exterior também", lembrou Bentes.

As perdas mensais de faturamento do turismo brasileiro cresceram de R$ 13,38 bilhões em março para R$ 36,94 bilhões em abril, até o pico de R$ 37,47 bilhões em maio. Houve melhora discreta desde então, descendo a um prejuízo de R$ 34,18 bilhões em junho, R$ 31,87 bilhões em julho, R$ 29,02 bilhões em agosto, R$ 24,98 bilhões em setembro, R$ 20,73 bilhões em outubro, R$ 16,91 bilhões em novembro e R$ 15,83 bilhões em dezembro.

"No comércio, quando você não vende determinado produto, você consegue estocar e vender lá na frente. No turismo não existe estocagem do serviço, então é tempo que foi perdido mesmo", disse Fabio Bentes.

Mais da metade (51,2%) do prejuízo apurado até agora pelo setor ficou concentrado nos Estados de São Paulo (R$ 94,12 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 39,77 bilhões). A estimativa da CNC considera o que o turismo deixou de arrecadar desde a segunda quinzena de março até o fim de dezembro, tendo como base informações das pesquisas conjunturais e estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos brasileiros.

A queda na arrecadação afetou o emprego no setor. Os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria do Trabalho mostram que 437,9 mil postos de trabalho formais em atividades turísticas foram eliminados de março a novembro de 2020, uma redução de 12,5% da força de trabalho do setor.

Os maiores cortes de vagas ocorreram nos segmentos de bares e restaurantes (-244,1 mil vagas), transporte rodoviário (-88,1 mil vagas) e hospedagem (-65,4 mil vagas).

O agregado especial de atividades turísticas cresceu 7,6% em novembro ante outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quarta-feira, 13, pelo IBGE. O resultado representa a sétima taxa positiva seguida, período em que acumulou um ganho de 120,8%. No entanto, o volume de serviços turísticos prestados ainda precisa avançar 42,8% para retornar ao patamar de fevereiro, no pré-pandemia.

Estadão
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