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País pode fechar o ano com criação de até 600 mil empregos formais

Projeção leva em conta que, em dezembro, tradicionalmente são fechadas cerca de 300 mil vagas com carteira assinada

21 nov 2019 - 19h59
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O Brasil deve encerrar o ano com a criação de até 600 mil empregos formais, segundo projeções de economistas ouvidos pelo Estado. O número é melhor que o do ano passado, que teve saldo positivo de 529,5 mil vagas, de acordo com dados ajustados pelo Caged. A expectativa para 2020 é de números ainda melhores com a esperada recuperação mais consistente da economia.

O número menor projetado para o ano em relação ao acumulado até outubro, de 841,5 mil vagas com carteira assinada, é porque, sazonalmente, ocorrem cerca de 300 mil a 400 mil dispensas em dezembro, segundo dados históricos, dizem os economistas.

Na opinião de José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e sócio da Opus, os dados de outubro marcando sete meses seguidos de saldo positivo "é sinal claro de que alguma recuperação está ocorrendo no País pois, sem crescimento econômico não haveria geração de empregos".

Outro sinal, diz ele, é que a recuperação de vagas está ocorrendo em quase todos os setores e em quase todos os Estados. Pelos seus cálculos, o País deve encerrar o ano com cerca de 520 mil novos postos. Sua comparação é feita com base nos dados sem ajustes do Caged, que indicam a criação de 420 mil postos em 2018.

"Certamente teremos resultados melhores que no passado", diz Camargo. Para 2020, sua previsão é de nova melhora na geração de empregos, tendo em vista a projeção de crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB).

Crescimento moderado

O economista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier, também vê os resultados de outubro como animadores, apesar do crescimento ainda moderado até agora. Ele trabalha com a projeção de saldo de 580 mil vagas ao fim de dezembro, pois acredita em nova alta em novembro, mas recuo em dezembro.

"Desde o meio do ano para cá, o saldo de empregos tem sido melhor, o que é consistente com a atividade econômica", afirma Xavier, para quem o próximo ano também será de crescimento econômico e, consequentemente, de empregos.

Para Helio Zylberstajn, professor do Departamento de Economia da USP, tudo indica, até agora, que a abertura de vagas formais e até mesmo informais vai continuar em 2020. Ele acredita que o ano possa fechar com a criação de aproximadamente 600 mil postos formais.

Metodologias diferentes

Em relação às diferenças dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, Camargo sugere que o instituto avalie sua metodologia de trabalho que passou por mudanças recentemente. Mesmo que os dois dados tenham metodologias diferentes de coleta - o do Pnad é resultado de pesquisas feitas em domicílios e o Caged de dados repassados por empregadores - em sua opinião, "algo estranho está acontecendo".

Enquanto os dados do Caged mostram alta no número de vagas formais, os da Pnad apontam para números estáveis. Apesar das diferenças, Xavier ressalta que a mensagem de ambos indicadores é de que o emprego forma está reagindo, ainda que de forma lenta, e há sinais de melhora ao longo dos próximos meses.

Estadão
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