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OCDE reduz previsão de crescimento econômico global por dificuldades no comércio e mercados emergentes

20 set 2018 - 08h01
(atualizado às 08h31)
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O crescimento econômico global atingiu um pico diante das tensões comerciais e turbulências nos mercados emergentes, disse a OCDE nesta quinta-feira, após reduzir sua previsão anterior.

Navio com carregamento de containers 
07/10/2010
REUTERS/Lucy Nicholso
Navio com carregamento de containers 07/10/2010 REUTERS/Lucy Nicholso
Foto: Reuters

A economia mundial está a caminho de crescer 3,7 por cento neste e no próximo ano, ante 3,6 por cento no ano passado, disse a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE).

Em sua previsão econômica anterior, de maio, o fórum de políticas baseado em Paris previa um crescimento de 3,8 por cento neste ano e de 3,9 por cento em 2019, mas disse em uma atualização nesta quinta-feira que o crescimento chegou ao ritmo máximo desde que essas últimas projeções foram feitas.

A OCDE disse que o crescimento do comércio, o motor por trás do avanço global nos anos recentes, desacelerou neste ano para cerca de 3 por cento, ante 5 por cento em 2017, com tensões entre os Estados Unidos e seus maiores parceiros comerciais pesando sobre a confiança e investimentos.

"Encomendas de exportações começaram a diminuir e isso tem ocorrido por alguns meses e o que isso significa é uma desaceleração no crescimento do comércio que vai continuar", disse a jornalistas a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.

"Nós estamos vendo o aumento do protecionismo reduzindo a nossa previsão", ela acrescentou.

Embora os Estados Unidos sejam a fonte destas tensões comerciais, a perspectiva econômica para os EUA foi a melhor entre as economias mais desenvolvidas da OCDE, graças a cortes de impostos e gastos do governo.

A OCDE manteve sua previsão para o crescimento dos EUA neste ano a 2,9 por cento, mas reduziu sua estimativa para o próximo ano para 2,7 por cento, ante 2,8 por cento.

A organização disse que as tarifas de importação dos Estados Unidos estavam começando a ter impacto na maior economia do mundo, estimando que as tarifas já impostas elevariam os preços dos Estados Unidos em 0,3 a 0,4 por cento.

Produtos específicos foram ainda mais afetados, com os preços nos EUA de máquinas de lavar saltando 20 por cento entre março e julho, enquanto exportações de automóveis dos EUA para a China recuavam 40 por cento ao longo de um ano.

Enquanto isso, a OCDE disse que uma moeda mais fraca até agora ajudou a China - que não é membro da OCDE - a absorver o impacto das tarifas mais altas dos EUA, mantendo sua previsão de crescimento inalterada a 6,7 por cento neste ano e 6,4 por cento no próximo ano.

A elevação das taxas de juros nos EUA e um dólar mais forte representam problemas para economias emergentes como a Argentina, Brasil e Turquia, disse a OCDE, reduzindo sua previsão para esses países.

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