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NY: bolsas deixam PIB dos EUA de lado e são contaminadas por mau humor de techs

27 jul 2018 - 18h47
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Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta sexta-feira, 27, em forte baixa, pressionados para baixo pelo tombo dos papéis de tecnologia em meio a balanços que frustraram as expectativas dos agentes do mercado. No pano de fundo, ficou o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que avançou 4,1% na base anual do segundo trimestre, no ritmo mais forte desde o período entre julho e setembro de 2014.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,30%, aos 25.451,06 pontos, com alta semanal de 1,40%; o S&P 500 recuou 0,66%, aos 2.818,82 pontos, com ganho de 0,43% na semana; e o Nasdaq cedeu 1,46%, aos 7.737,42 pontos, apresentando perda semanal de 1,22%.

As empresas de tecnologia novamente ficaram no centro das atenções dos investidores. Após o Facebook informar, na noite de quarta-feira, que o crescimento de sua receita nos próximos trimestres irá desacelerar, foi a vez do Twitter decepcionar os investidores. Apesar de lucro e receita acima das estimativas, a quantidade de usuários ativos mensais frustrou os agentes do mercado. Outro fator negativo vindo do balanço veio dos efeitos da lei de proteção a usuários de redes sociais da União Europeia, a GDPR. "A quantidade de usuários ativos mensais poderia diminuir de forma sequencial no terceiro trimestre", apontou o Twitter em seus resultados.

A queda brusca do preço das ações do Twitter, que cederam 20,54%, para US$ 34,12, refletiu a visão de alguns analistas de que a empresa esperou muito tempo para resolver problemas relacionados a perfis falsos. "Limpar a bagunça é jogar um jogo sem fim. Contas falsas continuarão a surgir tão rapidamente quanto serão apagadas", apontou a analista Rebecca Lieb, da Kaleido Insights. No entanto, de acordo com o diretor de marketing da Unilever, Keith Weed, a estratégia de eliminar contas fake é necessária para conquistar a confiança de assinantes. "É um prazer ver o Twitter tomando uma posição contra os seguidores falsos poluindo o ecossistema digital. É um grande passo que fortalece a indústria e espero ver outras empresas seguindo."

Contaminados pelos números ruins de Facebook e Twitter, os investidores emitiram ordens de venda. Após perder US$ 119 bilhões em valor de mercado na quinta-feira, o Facebook voltou a apresentar queda, de 0,78%. Entre as techs, a Microsoft caiu 1,77%, a Apple recuou 1,66%, o Spotify cedeu 5,10% e a Intel despencou 8,59%.

No cenário macroeconômico, o PIB dos EUA do segundo trimestre veio praticamente em linha com as projeções, ao crescer 4,1%, enquanto analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apontavam expansão de 4,2%. "O consumo subiu 4% e acrescentou 2,7 pontos ao crescimento do PIB. No entanto, analistas apontam que o terceiro trimestre deve registrar desaceleração, já que a expansão do período entre abril e junho ocorreu devido às fortes exportações de soja e milho para a China antes de tarifas comerciais entrarem em vigor.

Estadão
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