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Neoenergia vence leilão de distribuidora do DF com lance de R$ 2,5 bilhões

Valor teve ágio de 76% em relação ao mínimo; segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a CEB-D deve receber investimento de R$ 5 bilhões

4 dez 2020 - 14h37
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A Neoenergia, representada pela Bahia Geração de Energia, venceu o leilão pela distribuidora de energia elétrica CEB-D, que atende consumidores do Distrito Federal. A empresa ofereceu R$ 2,515 bilhões em lance vencedor, o que representou um ágio de 76,63% em relação ao valor mínimo de R$ 1,4 bilhão e superou as concorrentes CPFL Energia e Equatorial.

Na primeira etapa do leilão, de abertura dos envelopes com as propostas, a Neoenergia já havia apresentado o melhor lance, de R$ 2,2 bilhões, dando uma mostra de seu apetite. A CPFL Energia ofereceu lance de R$ 1,95 bilhão, nessa etapa, enquanto Equatorial Energia propôs R$ 1,485 bilhão.

Conforme estabelecido no edital, foi aberta segunda fase de ofertas, com lances a viva-voz e CPFL Energia e Neoenergia seguiram em intensa disputa, impulsionando o ágio.

Empresa ofereceu R$ 2,515 bilhões em lance vencedor, o que representou um ágio de 76,63% em relação ao valor mínimo de R$ 1,4 bilhão.
Empresa ofereceu R$ 2,515 bilhões em lance vencedor, o que representou um ágio de 76,63% em relação ao valor mínimo de R$ 1,4 bilhão.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil / Estadão

A grande surpresa do leilão foi a ausência da Enel. O grupo italiano era visto por especialistas no setor elétrico como grande favorito, já que opera a concessionária de distribuição de Goiás, atual Enel Goiás, que circunda a área de concessão da CEB-D. No entanto, na semana passada o presidente global do grupo, Francesco Starace, já havia sinalizado que poderia ficar de fora da disputa.

Ele comentou que, embora seguisse avaliando potenciais ativos de distribuição, nem todos seriam do interesse da companhia, "seja por conta da posição no País ou porque talvez há expectativas irreais do lado vendedor". Havia comentários de que o valor mínimo proposto já estaria elevado.

A CEB-D tem cerca de 1,1 milhão de clientes em uma área considerada atraente, tendo em vista a alta densidade populacional e o alto poder aquisitivo, com PIB per capita quase 2,5 vezes a média brasileira.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que a privatização vai garantir investimentos de R$ 5 bilhões na distribuidora ao longo da concessão, além dos R$ 2,5 bilhões que entrarão nos cofres do Distrito Federal e que propiciarão investimentos e obras, além de aliviar o caixa estatal apertado por causa da pandemia.

Segundo ele, a distribuidora vinha drenando o caixa do Distrito Federal, dada as necessidades de aporte, consumindo recursos que poderiam ser destinados para saúde, educação e segurança. "Marcamos mais uma etapa do processo de desestatização, que foi um sucesso e é uma mostra contundente que desestatização é caminho para crescimento do País", disse.

Ele afirmou que o banco segue com agenda relevante de desestatizações à frente, no Rio Grande do Sul (CEEE) e Amapá (CEA), além de agenda de projetos em saneamento, portos e rodovias em 2021 e 2022.

O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle, explicou que a compra da concessionária levou em conta a estratégia da companhia de crescer com ativos "de primeira qualidade".

O executivo destacou que a empresa está precisando de investimentos, após a redução observada nos últimos anos."Isso será rapidamente reposto", disse. "Nosso trabalho é investir para melhorar a concessão, investir de maneira eficiente, para que sejam repassados para tarifa, e o mais importante é que tem o desafio de proporcionar energia suficiente e a um custo razoável para o crescimento de Brasília."

A Neoenergia já opera distribuidoras em São Paulo (Elektro), Bahia (Coelba), Pernambuco (Celpe) e Rio Grande do Norte (Cosern). Ruiz-Tagle afirmou que a empresa investe anualmente cerca de R$ 3,5 bilhões nessas distribuidoras, em expansão e em melhoria da rede. "Sabemos o que temos que fazer em Brasília, conhecemos bem a companhia, estudamos bem e por isso conseguimos dar um preço dessa característica e confiar que teremos rentabilidade para que acionistas criem valor", disse.

Estadão
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