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Não há privilégios para policiais na reforma da Previdência, diz Bolsonaro 

Para o presidente, profissionais que não têm hora extra e fazem plantão não são privilegiados; rumo a festa junina, Bolsonaro fez ainda elogios a Rodrigo Maia e lamentou a morte de João Gilberto

6 jul 2019 - 21h59
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BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez na noite deste sábado, 6, nova defesa de mudanças na proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara, para atender pleito de policiais federais e rodoviários federais. A questão tem gerado impasse na Casa, sendo que Bolsonaro vem se posicionando a favor de regras mais brandas de transição para os policiais.

Hoje, ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre os motivos de defender os policiais na reforma. Em um primeiro momento, o presidente afirmou apenas que "a bola está com o parlamento". Ao deixar o palácio, Bolsonaro foi em direção ao Clube Naval de Brasília, onde participou de uma festa junina na noite de hoje.

Na sequência, ele foi questionado sobre por que motivo a categoria dos professores não recebeu a mesma defesa. "Todo mundo vai ter que dar sua cota de contribuição, uns mais, outros menos", respondeu Bolsonaro. "Costumo dizer que certas carreiras, como a dos policiais, são tão boas que a gente não vê nenhum parlamentar, nenhum empresário, com filho lá, nessa carreira", ironizou o presidente na sequência.

Segundo Bolsonaro, a defesa dos policiais dentro da reforma da Previdência não representa um "privilégio". "Olha quem está do meu lado aqui? São militares", disse Bolsonaro, que estava acompanhado de integrantes de sua segurança pessoal. "Ficam de segunda a domingo comigo, não têm hora extra, não têm hora para nada, tiram plantão a noite toda", enumerou. "O que eu fico chateado é que alguns falam de privilégio de policial. Policial não tem privilégio."

Bolsonaro qualificou ainda o pleito dos policiais federais e rodoviários federais na reforma como uma "pequena questão a se acertar". Isso está sendo costurado. Não é privilégio, não é nada. É para fazer certa equiparação. Tem que ter transição para isso", defendeu.

A proposta de reforma aprovada na comissão especial da Câmara prevê pedágio de 100% sobre o tempo que ainda falta para os trabalhadores se aposentarem, no caso daqueles que estão próximos da aposentadoria. Os policiais federais são contrários a este pedágio de 100% e vinham defendendo um porcentual de 17% para a categoria - o mesmo proposto para os militares, em projeto que está parado na Câmara.

No início da tarde de hoje, após reunião com líderes partidários em sua residência oficial, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocou-se a favor do pedágio de 100%. Segundo ele, caso uma categoria seja beneficiada em detrimento de outras, o processo de votação da reforma nesta semana, no plenário da Câmara, pode se desorganizar.

O esforço de Maia lhe rendeu elogios do presidente. Segundo Bolsonaro, "(Maia) sabe da importância essa nova Previdência". "(Ele) está sendo um grande aliado, uma pessoa importantíssima para destravar economicamente o Brasil", acrescentou. O presidente afirmou ainda que hoje sua vida consiste em "tratar 24 horas por dia" da reforma da Previdência. Ao mesmo tempo, ele afirmou que a "bola" agora está com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). "O juiz é o Rodrigo Maia. Depois será o Davi Alcolumbre (presidente do Senado, DEM-AP)", disse Bolsonaro.

Além de tratar de reforma da Previdência, ele lamentou a morte do músico João Gilberto, ícone da bossa nova brasileira. "Lamento a morte do João Gilberto, uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família", disse Bolsonaro.

Estadão
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