PUBLICIDADE

Não faz sentido fazer parte da Opep, diz Guedes

Em pouco mais de uma hora de evento, Guedes usou as palavras democracia e democrático 17 vezes

2 nov 2019 - 04h10
Compartilhar
Exibir comentários

RIO - O compromisso do governo de Jair Bolsonaro com a democracia e a economia de mercado dominou o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia em que União e Petrobrás assinaram o aditivo ao contrato da cessão onerosa, um dia após declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre possível retorno da ditadura militar mobilizarem o Congresso e as redes sociais. Em pouco mais de uma hora de evento, Guedes usou as palavras democracia e democrático 17 vezes.

O deputado disse que, caso a esquerda radicalizasse, a resposta seria a reedição do AI-5, o mais duro ato institucional do período militar. Como defensor dos fundamentos econômicos liberais, Guedes afirmou que o governo pretende "reforçar a democracia e respeitar o povo brasileiro".

Guedes afirmou que o governo pretende 'reforçar a democracia'
Guedes afirmou que o governo pretende 'reforçar a democracia'
Foto: José Cruz/Agência Brasil - 3/7/2019 / Estadão

Ele ainda contrariou o presidente, que durante a visita à Arábia Saudita, demonstrou interesse na adesão do Brasil ao seleto grupo dos grandes exportadores de petróleo, a Opep. Para Guedes, não faz sentido o País ingressar num cartel. "Promover desorganizações sociais em outros países com choques de petróleo não está no cardápio do Brasil", disse o ministro, acrescentando que o governo tem suas "concepções" liberais e jamais fortaleceria cartéis "para encurralar democracias". A Opep tem a tradição de interferir na cotação do petróleo. Na década de 70, optou por reduzir a produção para valorizar a commodity, o que derrubou economias, inclusive a brasileira, e provocou a maior crise da história do setor.

Guedes contou que, com o presidente Bolsonaro, vai ao Congresso na terça-feira para apresentar o programa de reformas planejado pela equipe econômica. Segundo ele, são recorrentes os contatos do Executivo com deputados, senadores e com o Tribunal de Contas da União (TCU). "Estou vendo um movimento muito cooperativo entre as instituições, e em bases novas", afirmou.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade