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'Não dá para dizer que peso a reforma terá na Selic', diz presidente do BC

O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia dito que a aprovação da reforma da Previdência poderia reduzir a taxa básica de juros em 2 pontos porcentuais

28 mar 2019 - 12h44
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BRASÍLIA - Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito na quarta-feira que a aprovação da reforma da Previdência poderia reduzir a taxa básica de juros em 2 pontos porcentuais, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou nesta quinta-feira, 28, que é impossível prever hoje o quanto a reforma pode significar sobre a Selic no curto prazo.

"Guedes enfatizou por diversas vezes que o BC é independente", respondeu. "Não dá para dizer hoje que peso exato a reforma terá na Selic, mas a melhora do ambiente econômico (com a aprovação do texto) deve influenciar a taxa de juros estrutural da economia", completou.

PIB

O presidente do Banco Central disse também que o BC não sabe ainda quanto tempo precisa para fazer a correta avaliação sobre os choques na atividade econômico ocorridos ao longo de 2018. "Entendemos que existem choques e que precisamos de tempo maior para avaliar", respondeu.

"Quando temos choques, muitas vezes é apenas um aperto monetário temporário. É preciso de tempo para ver como o choque vai se dissipar", completou.

O presidente do BC evitou comentar há pouco sobre o trabalho do economista André Lara Resende, que defendeu em artigo recente que a taxa de juros não deveria ficar acima da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). "Trata-se de um trabalho acadêmico. É uma tese embrionária e não cabe ao BC comentá-la", limitou-se a responder.

Câmbio

Campos Neto enfatizou que não há mudança na estratégia do BC para o câmbio. "O câmbio é flutuante e vamos sempre fazer as intervenções provendo liquidez. Não existe nenhuma estratégia de trocar leilões de linha por swaps", respondeu.

Segundo Campos Neto, o cupom de câmbio estava com comportamento disfuncional ontem. "Por isso entendemos que o leilão de linha era o instrumento adequado e que o timing era adequado. O leilão de linha é sempre visando o cupom cambial", completou.

Questionado se o balanço de riscos do Comitê de Política Monetária (Copom) continua simétrico após a deterioração dos cenários interno e externo na última semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o BC tenta se abstrair dessa alta frequência do mercado e olhar para horizontes mais longos. "Mas vamos avaliar o cenário e atuar quando for necessário", garantiu.

Estadão
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