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Na briga pela preferência, Petz vai acelerar aquisições após oferta de ações na B3

Companhia trouxe executiva da Arezzo para dar continuidade à sua expansão e buscar oportunidades de compras; empresa já comprou as marcas Zee.Dog, Cansei de Ser Gato e Cão Cidadão

7 dez 2021 - 05h10
(atualizado às 13h00)
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Na briga pela preferência dos donos de animais de estimação, a líder Petz conquistou uma vantagem: dinheiro em caixa. O fôlego financeiro, que deve financiar aquisições, veio de uma oferta de ações na Bolsa brasileira, concluída em novembro. A operação, que desafiou a maior aversão ao risco do mercado, garante tranquilidade à varejista em um momento de volatilidade na economia.

Depois de colocar R$ 700 milhões no bolso, a Petz tem uma série de ativos sendo analisados, afirmou o fundador e presidente da empresa, Sergio Zimerman, ao Estadão. O executivo comenta que a decisão foi estruturar uma área de M&A (fusões e aquisições), que chegou a analisar compras concretizadas pela concorrência. Aquecido, o setor vê transações sendo anunciadas quase que semanalmente.

"Os anúncios recentes são ótimos. No setor, há muita informalidade e, quando um fundo entra num ativo, eu sei que isso é sinônimo de governança e formalização. Assim, irão jogar as mesmas regras do jogo a que nós estamos submetidos", diz o presidente da Petz. Dados da Euromonitor mostram que os pequenos petshops ainda respondem por 51% do mercado no Brasil, apesar da expansão de redes maiores como a Petz e a Cobasi.

E o apetite da Petz está grande. Depois de abrir seu capital, no ano passado, acelerou recentemente suas aquisições. Todas vieram para trazer novos negócios ao ecossistema da companhia. Nessa trajetória, fez três aquisições recentemente a Zee.Dog, em operação de mais de R$ 700 milhões, a Cansei de Ser Gato e Cão Cidadão.

Para seguir com essa estratégia de buscar novos negócios, a Petz acaba de recrutar Aline Penna, ex-Arezzo, que agora comanda a área de aquisições. Na Arezzo, Aline ajudou a pavimentar a avenida de aquisições que se tornaram marca registrada na companhia.

Confiança

Zimerman afirma que, ao fazer diversas reuniões com acionistas da empresa, há poucas semanas, a recepção das aquisições foi positiva. O tom de otimismo com o negócio, segundo o executivo, pode ser refletido no desempenho das ações da Petz ao longo deste ano.

A companhia conseguiu até aqui manter a estabilidade - o que, neste ano, se tornou uma boa notícia, visto que o setor de varejo despenca no acumulado de 2021.

Para analistas que acompanham a Petz, a corrida por formar o ecossistema via aquisições é um caminho que faz sentido. "Para acelerar consideravelmente o potencial de captura de fatia do mercado pet, a empresa ainda vai destinar 20% dos recursos captados ao fortalecimento do ecossistema e aos novos negócios", diz um relatório da casa de análise Nord.

Os exemplos citados são entrar ou ampliar a atuação em novos segmentos, como um plano de saúde animal, e reforçar a capacidade de atrair audiência e engajar, principalmente via criação de conteúdo proprietário.

"A companhia segue focada em sua estratégia de ampliar a sua presença nacional, aumentar a oferta de produtos exclusivos, melhorar as experiências digitais e físicas (e omnichannel) e ser cada vez mais reconhecida como um ecossistema completo para animais de estimação", diz a Genial Investimentos, em relatório.

Compras em série: veja as últimas aquisições da Petz

  • Cansei de Ser Gato:

A plataforma cria conteúdos bem humorados e educativos, além de produtos exclusivos para gatos, comercializados desde 2015 pelo e-commerce. O valor do negócio não foi revelado.

  • Zee.Dog:

Por R$ 715 milhões, a Petz colocou em seu guarda-chuva a marca premium para animais de estimação. A aquisição passou recentemente pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

  • Cão Cidadão:

Focada no serviço de adestramento para cachorros, a empresa opera por meio de franquias.

Estadão
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