PUBLICIDADE

Na Alemanha, leilão de Bund de 30 anos tem juro negativo pela primeira vez

21 ago 2019 - 13h41
Compartilhar
Exibir comentários

A Alemanha vendeu um bônus (Bund) de 30 anos com juro negativo pela primeira vez, com investidores cada vez mais interessados em fazer apostas seguras, avaliando que a queda nos retornos irá impulsionar o valor desses títulos no futuro. Investidor que compram dívida a juro negativo recebem menos do que eles pagaram, caso fiquem com os papéis até o vencimento. Nesta quarta-feira, a Alemanha emprestou 824 milhões de euros (US$ 914 milhões) por meio de bônus que não pagam juro. Os bônus foram vendidos por pouco mais do que o valor de face, então quanto eles vencerem, em 2050, o país pagará 795 milhões de euros.

A demanda por dívida de governos e empresas com avaliação positiva tem sido forte neste ano, após importantes bancos centrais responderem aos crescentes de temores de uma desaceleração global com cortes de juros ou outras medidas de relaxamento monetário. O Banco Central Europeu (BCE) é um grande comprador de bônus do governo da Alemanha, com outros sendo gerentes de ativos e investidores que usam esses papéis como seguro para outras partes de seus portfólios como parte de operações de swap baseadas em derivativos.

As pessoas têm comprado bônus com juros negativos "sobretudo na expectativa de que consigam vender a alguém com preço maior mais adiante", afirmou Andrea Iannelli, diretor de investimentos em renda fixa da Fidelity International.

O leilão chamou a atenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que usou o Twitter para pressionar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a baixar os juros. "Então a Alemanha está pagando juro zero e na verdade sendo paga para emprestar dinheiro, enquanto os EUA, um crédito muito mais forte e mais importante, paga juros", comparou.

A venda alemã se soma a quase US$ 16 trilhões de bônus com juro negativo em circulação pelo mundo atualmente. Muito disso é emitido por governos europeus ou por agências de bônus com apoio estatal. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade