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Moody's melhora perspectiva de rating do Brasil para estável

9 abr 2018 - 18h42
(atualizado às 18h54)
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Foto: Reprodução

A agência de classificação de risco Moody's melhorou a perspectiva do rating Ba2 da dívida soberana do Brasil para estável ante negativa, apostando na aprovação da reforma da Previdência pelo próximo governo, após criticar no mês passado o adiamento da votação para o ano que vem.

A mudança ocorre dois dias depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro, mas é visto pelo mercado como menos comprometido com o ajuste fiscal e contrário à reforma das aposentadorias.

"A Moody's acredita, em resumo, que os riscos negativos para o crescimento e as incertezas relacionadas ao ímpeto para reformas, que levaram à atribuição da perspectiva negativa para o rating Ba2 em maio do ano passado, diminuíram", disse a agência em comunicado.

Única entre as principais agências de risco a não rebaixar o Brasil após o adiamento da reforma da Previdência, a Moody's citou sua expectativa "de que reformas para preservar a sustentabilidade fiscal e estabilizar as métricas de dívida no médio prazo serão aprovadas pelo próximo governo" e o impulso dado pelo "crescimento econômico mais forte que o esperado no curto e médio prazo", para o ajuste fiscal.

Ao cortar a perspectiva da nota brasileira em maio de 2017, a agência chamou atenção para a possibilidade de a crise política surgida no país com o acordo de delação premiada dos irmãos Batista travar reformas estruturais.

Há pouco mais de um mês, a Moody's alertou que a desistência em votar a reforma da Previdência neste ano era ruim para a classificação de risco do Brasil, de acordo com o analista-sênior da agência, Samar Maziad.

Expectativas

A Moody's não citou fato político ou econômico dos últimos dias no comunicado sobre a perspectiva. A agência afirmou que "espera que o próximo governo trabalhe efetivamente com o Congresso para aprovar uma reforma da Previdência que seja suficientemente abrangente, de forma a conter o crescimento de despesas obrigatórias e assegurar o cumprimento do teto constitucional".

A agência também citou "ambiente de juros e inflação baixos" entre os fatores de impacto positivo nas contas públicas e na trajetória da dívida. O quadro macroeconômico levou a agência a elevar suas projeções de crescimento econômico do país neste e nos próximos anos.

O PIB brasileiro deve se expandir 2,8% neste e no próximo ano e 2,5% nos anos seguintes, de acordo com a Moody's.

"Um aumento da demanda por crédito, na esteira da política monetária acomodatícia, e perspectivas sólidas no mercado de trabalho apoiarão a perspectiva econômica de curto prazo", elenca a agência: "estes elementos apoiarão uma recuperação ampla na demanda doméstica impulsionada tanto pelos investimentos quanto pelo consumo."

A reforma trabalhista e outras medidas, como a eliminação de subsídios em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, também indicam um quadro melhor, disse a Moody's.

A demora e o adiamento da reforma da previdência levaram a Standard & Poor's a cortar para "BB-", ante "BB", o rating do Brasil, motivo que também fez a Fitch rebaixar para BB-, com perspectiva estável, a nota da dívida brasileira no início do ano.

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