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Minerva Foods registra lucro líquido de R$ 116,7 mi no 2º trimestre; queda de 54%

9 ago 2021 - 20h32
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A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 116,7 milhões no segundo trimestre de 2021. O valor representa queda de 54% ante o lucro de R$ 253,4 milhões reportado em igual período de 2020. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 544,9 milhões, recuo de 7,7% sobre os R$ 590,2 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 8,7%, ante 13,4% no primeiro trimestre de 2020.

Já a receita líquida obtida entre abril e junho cresceu 42,9% no período e somou R$ 6,287 bilhões, ante R$ 4,399 bilhões obtidos nos três meses do ano anterior, segundo a empresa.

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,4 vezes, estável em relação ao primeiro trimestre do ano e ante o quarto trimestre do ano passado, mas inferior a um ano antes, quando o índice era de 2,6 vezes. Ainda segundo a empresa, o índice foi ajudado pela forte geração de fluxo de caixa livre no trimestre, de R$ 647 milhões, após despesas financeiras, capex e capital de giro. Retirando o efeito caixa do hedge cambial, a geração de caixa foi de R$ 425 milhões.

"Por causa do fluxo de caixa livre, a dívida líquida caiu para R$ 5,3 bilhões e a alavancagem ficou estável, mesmo com os pagamentos complementares de R$ 383 milhões em dividendos", disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Minerva Foods, Edison Ticle.

A Minerva voltou a destacar, ainda, a gestão de passivos para alongar o perfil da dívida e reduzir o custo do endividamento. No documento, mencionou a conclusão do resgate das Notas 2026, a emissão de R$ 1,6 bilhão no mercado local e a reabertura das Notas 2031, com emissão adicional de US$ 400 milhões. Segundo o executivo, os exercícios de gestão de passivos agora "estão praticamente encerrados".

De acordo com Ticle, a empresa tem agora uma dívida mais alongada, com o vencimento de 60% depois de 2028, além de um custo menor. A estrutura de capital da Minerva no momento é a melhor da história da empresa.

A conjuntura de escassez de gado terminado e a manutenção dos preços da arroba do boi no Brasil seguiu como um ponto de aperto para as margens da companhia, que atua na comercialização de carne bovina in natura e derivados, além da exportação de gado vivo. O que tem compensado a operação brasileira é o faturamento da subsidiária Athena Foods, que engloba países vizinhos, como Paraguai, Uruguai, Argentina e Colômbia. No primeiro trimestre deste ano, a Athena ultrapassou pela primeira vez a participação da Divisão Brasil nos resultados financeiros da Minerva.

A empresa atribui à diversificação geográfica o desempenho financeiro dos últimos trimestres. "Essa posição nos permite arbitrar com agilidade os mercados, reduzindo os riscos, a volatilidade e maximizando a nossa eficiência operacional", afirma, em nota, o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz.

No segundo trimestre de 2021, os abates da Minerva caíram 6% no Brasil, para 323,6 mil cabeças. Nos países da América do Sul que fazem parte da subsidiária Athena Foods, entretanto, o volume abatido subiu 33,6% no período, somando 545,4 mil cabeças. O aumento registrado na Athena mais do que compensou a retração da Divisão Brasil, com os abates totais da empresa tendo aumentado 15,5% na mesma base comparativa, e chegando a 869 mil cabeças.

A Minerva também informou que o volume de vendas aumentou 32,7% no segundo trimestre deste ano, passando de 224,1 mil toneladas para 297,4 mil toneladas. Do total, 117,9 mil toneladas foram vendidas no Brasil, 6,7% a mais do que em igual intervalo de 2020. Já a Athena foi responsável pela venda de 179,5 mil toneladas, alta de 58,1% na mesma base comparativa.

O executivo admite que a pandemia da covid-19 ainda impõe dificuldades à economia mundial, mas afirma que o consumo global de carne bovina segue acelerado. Por isso, a perspectiva para o segundo semestre do ano é positiva, comenta a empresa, com base em um cenário de avanço da vacinação contra a covid-19 e reabertura das economias. "Isso permitirá um suporte a segmentos importantes como o turismo e food service, consolidando assim um cenário de aceleração do consumo, não somente no mercado externo, mas também nos mercados domésticos da América do Sul", disse Queiroz.

Estadão
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