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Mineradora Bamin negocia parcerias para joint venture

10 set 2019 - 19h29
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A mineradora brasileira Banim está em negociações para uma joint venture com diversos possíveis parceiros, que poderiam ajudá-la a financiar um projeto de minério de ferro de 2,6 bilhões de dólares, disse seu presidente-executivo nesta terça-feira.

A Bamin, que possui apoio da mineradora de capital fechado Eurasian Resources Group, negocia com um consórcio que compreende três diferentes empresas chinesas, disse à Reuters o CEO Eduardo Ledsham, confirmando notícias publicadas anteriormente na mídia.

Ele acrescentou, porém, que a companhia também está em "negociações avançadas" com outros três potenciais investidores estimulados pelos crescentes preços do minério de ferro, uma alta que foi em parte impulsionada pelo fatal rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) em janeiro.

"Não temos um arranjo exclusivo com os chineses", disse Ledsham. "Nós temos agora outras opções, como resultado das mudanças no mercado do minério de ferro, que elevaram o interesse pelo projeto."

Ledsham, ex-executivo da Vale, recusou-se a identificar as partes, citando acordos de confidencialidade.

O projeto da mina de Bamin, na Bahia, depende de dois importantes empreendimentos logísticos ainda não concluídos: uma ferrovia para levar o minério de ferro ao litoral e um porto de 1 bilhão de dólares para exportá-lo.

O projeto foi inicialmente planejado em 2005, durante o "boom" das commodities, que levou os preços do minério de ferro a mais de 180 dólares por tonelada, ante níveis atuais de cerca de 90 dólares.

Ele enfrentou diversos obstáculos ao longo dos anos, mas Ledsham disse que o contínuo interesse em persegui-lo pode ser explicado pela forte demanda chinesa pelo minério de ferro de alta qualidade que a empresa pretende produzir.

Entre a mineração e o embarque, a Bamin espera um custo interno de cerca de 28 dólares por tonelada, disse Ledsham, o que daria à companhia uma ampla margem de lucro mesmo se os preços caírem abaixo dos níveis atuais.

Ledsham disse estar confiante de que um leilão marcado para maio de 2020 para a concessão dos direitos sobre a ferrovia projetada prosseguirá como planejado, apesar de atrasos no passado, considerando especialmente a posição pró-mineração do presidente Jair Bolsonaro.

"Estamos vendo um desejo de fazer com que as coisas aconteçam", disse Ledsham, que já liderou as pesquisas geológicas e minerais do Brasil.

O projeto, que se tudo der certo começará a produzir minério de ferro no primeiro semestre de 2025, vai utilizar barragens de rejeitos a jusante para processar o produto, uma decisão que data de antes da proibição regulatória às barragens a montante, formato envolvido em dois graves incidentes em minas da Vale nos últimos quatro anos.

"Queremos ser referência em termos de segurança", disse Ledsham.

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