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5 dicas para tornar o recrutamento de pessoas autistas mais inclusivo

Algumas práticas podem ajudar a tornar o processo seletivo mais eficiente e respeitoso

3 abr 2025 - 11h30
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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por desafios na comunicação social, na interação interpessoal e por padrões de comportamento repetitivos ou interesses restritos. O espectro é amplo e varia de pessoa para pessoa, o que significa que os impactos do TEA podem ser leves ou mais intensos, dependendo do caso.

Os processos seletivos devem ser adaptados para pessoas com TEA
Os processos seletivos devem ser adaptados para pessoas com TEA
Foto: fizkes | Shutterstock / Portal EdiCase

No ambiente profissional, pessoas autistas podem enfrentar dificuldades com a adaptação a mudanças de rotina, comunicação interpessoal, interpretação de normas sociais e excesso de estímulos sensoriais, como ruídos e luzes fortes.

No Brasil, o TEA é reconhecido como uma deficiência pela Lei nº 12.764/2012, que assegura os direitos das pessoas autistas no que diz respeito ao acesso à saúde, assistência social e educação. Além disso, a legislação prevê também a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, com vagas destinadas especificamente às Pessoas com Deficiência (PcD).

Segundo Flávia Mentone, CEO e sócio-fundadora da Reponto, empresa especializada na jornada de atração e retenção de pessoas com deficiência, o recrutamento de autistas exige um olhar mais cuidadoso, com foco na inclusão e na valorização das habilidades reais do profissional.

Por isso, a seguir, a especialista explica algumas boas práticas que podem ser adotadas pelos RHs e recrutadores, a fim de tornar o processo seletivo mais eficiente e respeitoso. Confira! 

1. Descrição clara da vaga anunciada

  • Evite termos genéricos como "boa comunicação" ou "proatividade";
  • Verifique se as descrições refletem realmente as tarefas do cargo;
  • Especifique as atividades, o local de trabalho, a rotina e os requisitos técnicos.

2. Capacitação da equipe recrutadora

  • Os profissionais devem estar preparados para lidar com diferentes perfis de neurodiversidade;
  • É importante entender que algumas formas de comunicação ou comportamento são diferentes, mas não menos válidas.

3. Etapas adaptadas

  • Evite dinâmicas de grupo ou entrevistas com muitas pessoas. Isso pode gerar desconforto e afetar o desempenho dos candidatos neurodivergentes, devido à dificuldade de interação social;
  • Evite testes com perguntas hipotéticas como: "como você lidaria com…? pouco provável, neutro, muito provável".
Durante a entrevista, opte por perguntas práticas e objetivas
Durante a entrevista, opte por perguntas práticas e objetivas
Foto: Ground Picture | Shutterstock / Portal EdiCase

4. Entrevistas

  • Evite perguntas hipotéticas ou abstratas, como: "o que você faria se…?", "como você lidaria com…?" ou ainda "como lidou com algo no passado?";
  • Prefira perguntas práticas, como: "você pode me mostrar como usa este software?";
  • Converse com o profissional para entender suas necessidades específicas e coloque essas necessidades de adaptação no ambiente e/ou interações sociais no parecer da entrevista;
  • Dê instruções verbais e por escrito, garantindo que a pessoa possa consultar qualquer material posteriormente, caso seja necessário;
  • Deixe claro todas as etapas do processo seletivo e os prazos. A previsibilidade ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o engajamento no processo.

 5. Ambiente acolhedor

  • Ofereça materiais e formações sobre neurodiversidade para as equipes que vão receber esse profissional.

Importância da preparação adequada

Flávia Mentone explica que a diversidade no ambiente de trabalho só se torna realmente efetiva quando há uma preparação adequada para receber e, de fato, integrar pessoas autistas às equipes. "Além das adaptações no ambiente, o aspecto humano é essencial e, por isso, as empresas precisam investir na formação e letramento de gestores e pessoas que exercem um papel de liderança dentro das organizações. A partir disso é possível desenvolver um ambiente empático e de escuta ativa que verdadeiramente será inclusivo para as pessoas com TEA", finaliza a CEO da Reponto.

Por Maria Julia Cabral

Portal EdiCase
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