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Mesmo com exterior positivo, dólar sobe com cautela sobre Previdência

12 abr 2019 - 10h19
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Enquanto os fortes balanços do JP Morgan e Wells Fargo nos Estados Unidos contribuem para ampliação dos ganhos nas bolsas americanas e da queda do dólar, a moeda americana opera no mercado local na contramão, em alta.

Os agentes financeiros locais redobram a cautela após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu pai, o vereador do Rio César Maia (DEM), serem alvos da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que apresentou um parecer ao Supremo Tribunal Federal, com base em laudo da Polícia Federal, que aponta pagamento de propina da Odebrecht no valor de R$ 1,4 milhão para codinomes que se referem aos dois políticos.

O temor dos investidores é de um atraso maior que o esperado no calendário da reforma da Previdência. Além disso, sob a pressão do "Centrão", a proposta do Orçamento impositivo pode passar na frente da PEC da Previdência na CCJ.

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que anunciaria nesta sexta-feira, 12, sua decisão sobre a demanda do "Centrão". Na quinta-feira, ele admitiu que poderia pautar o texto que carimba valores maiores para emendas parlamentares de bancada antes de discutir a reforma, e disse ter o apoio do governo para isso.

Francischini escolheu o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como relator da PEC do Orçamento impositivo. Aguinaldo deve emitir o parecer de admissibilidade do texto já na segunda-feira (15), quando também haveria a votação na CCJ.

Nesta manhã, depois da sinalização na quinta-feira de que a reforma da Previdência poderia ser a segunda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira (17), após apreciação da reforma tributária, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, declarou que Franceschini afirmou que manterá a Previdência como prioridade na sessão de quarta. "Franceschini publicará hoje a pauta da comissão e me disse pessoalmente que será votada primeiro a PEC da Previdência", disse Marinho em entrevista à Radio Bandeirantes. "Ouvi dele ontem que a pauta da comissão dará prioridade à Previdência. O cronograma estabelecido na CCJ está mantido", reforçou.

No exterior, o dólar e o iene recuam ante divisas principais e de países emergentes e exportadores de commodities em meio à alta do petróleo e após dados sobre aumento de empréstimos na China e a queda menor que a esperada da indústria europeia. Essas notícias contribuem para aliviar a tensão recente com os sinais de desaceleração da economia nessas regiões.

Em março, as exportações chinesas deram um salto anual de 14,2%, superando a alta de 8,7% prevista por analistas e revertendo queda de 20,7% de fevereiro. Além disso, o volume de novos empréstimos liberados na China avançou de 885,8 bilhões de yuans em fevereiro para 1,69 trilhão de yuans em março.

Na Europa, a produção industrial da zona do euro recuou 0,2% em fevereiro ante janeiro. Os analistas previam queda maior na produção, de 0,6%. Na comparação anual, a indústria do bloco produziu 0,3% menos em fevereiro, também melhor que a previsão (-1,2%).

Às 9h34 desta sexta, o dólar à vista subia 0,40%, aos R$ 3,8720. O dólar futuro para maio avançava 0,36%, aos R$ 3,7755.

Estadão
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