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Mercado "trava" dólar abaixo de R$5,20 à espera de Fed e Copom

27 jul 2021 - 17h26
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O dólar oscilou entre perdas e ganhos ao longo desta terça-feira, mas encerrou a sessão no mercado à vista praticamente estável, mantendo-se abaixo de 5,20 reais conforme operadores evitaram novas apostas menos de 24 horas até a decisão de política monetária nos Estados Unidos.

Cédulas de cem dólares dos EUA são contadas em banco em  Westminster, Colorado, EUA
03/11/2009
REUTERS/Rick Wilking
Cédulas de cem dólares dos EUA são contadas em banco em Westminster, Colorado, EUA 03/11/2009 REUTERS/Rick Wilking
Foto: Reuters

O dólar spot fechou a 5,1755 reais na venda, com variação positiva de 0,01%. No intradia, a moeda variou de 5,2068 reais (+0,62%) a 5,1491 reais (-0,50%).

No exterior, o dólar caía 0,17% ante divisas fortes, mas de forma geral ganhava terreno frente a pares mais arriscados, evidência da postura defensiva dos agentes financeiros antes da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).

O real teve um desempenho ligeiramente melhor que várias de suas contrapartes emergentes. Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, a perspectiva de um aumento mais forte de juros no Brasil na semana que vem está amparando a taxa de câmbio.

"O diferencial de juros vai aumentar. Além disso, o Fed não deve mudar a política monetária... e essa combinação deve fazer com que o real recupere força frente ao dólar", disse.

As revisões para cima nos juros brasileiros prosseguiram nesta sessão. O Barclays passou a ver alta de 100 pontos-base na taxa básica de juros (Selic) no próximo encontro do Copom (no começo de agosto) e a projetar juro a 7,5% no segundo trimestre de 2022.

Aumentos de juros no Brasil elevam o diferencial de retornos a favor do real, o que deixaria a moeda mais atrativa para investimentos. Dados do Banco Central mostraram mais cedo que os fluxos para portfólio (parte dos quais em busca de juros mais altos) registram novo mês de forte ingresso, de 5,1 bilhões de dólares.

Contudo, esse cenário seria desafiado caso o Fed indicasse redução de oferta de liquidez, por isso a atenção total dos investidores às sinalizações de política monetária a serem emitidas na quarta-feira pelo comunicado da decisão de política monetária e também por declarações do chair do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa na sequência.

Para Rostagno, o Fed não apertará a política monetária, o que acalmará os mercados. Isso se somaria ao efeito do juro mais alto no Brasil, tendo como pano de fundo reabertura mais rápida da economia doméstica, e ajudaria a levar o dólar para 4,85 reais ao fim do ano.

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