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Mercado global de açúcar deve ter déficit de 1,7 mi t em 2019/20, diz F.O. Licht

8 mai 2019 - 16h24
(atualizado às 17h06)
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O balanço global de oferta de açúcar deverá registrar um déficit de 1,7 milhão de toneladas na temporada 2019/20, que vai de outubro a setembro, ante um superávit de 400 mil toneladas em 2018/19, informou nesta quarta-feira a consultoria F.O. Licht.

Açúcar após processamento 
25/01/2019
REUTERS/Juan Carlos Ulate
Açúcar após processamento 25/01/2019 REUTERS/Juan Carlos Ulate
Foto: Reuters

A consultoria afirmou que os preços do açúcar, que rondam mínimas de 10 anos, levarão agricultores de locais como a Tailândia a migrar para outras culturas na nova temporada. Ela também estimou que a produção brasileira do adoçante deve seguir baixa, com usinas favorecendo a produção de etanol, cujo retorno financeiro tem sido melhor.

A empresa europeia de análises estima que a produção mundial de açúcar em 2019/20 cairá em 1,2 milhão de toneladas, para 185,1 milhões de toneladas.

"Preços baixos e secas provavelmente reduzirão a produção na Índia e Tailândia", disse Stefan Uhlenbrock, analista sênior de commodities da Licht, durante apresentação em uma conferência do setor em São Paulo.

"A produção de açúcar no centro-sul do Brasil crescerá apenas modestamente, depois de ter colapsado em 2018/19", afirmou Uhlenbrock, em referência à temporada passada, quando as usinas cortaram a produção em quase 10 milhões de toneladas.

A Licht espera que a produção açucareira da Tailândia caia para 12,7 milhões de toneladas, ante 14,6 milhões de toneladas anteriormente. A consultoria também vê a produção da Índia em 29,4 milhões de toneladas em 2019/20, contra um recorde prévio de 33 milhões de toneladas.

Uhlenbrock não vê uma recuperação nos preços do açúcar em curto prazo, dizendo que os grandes estoques na Índia tendem a limitar qualquer movimento de alta.

A consultoria afirmou que o centro-sul do Brasil deve alocar, na nova temporada, apenas 37 por cento da cana para a produção de açúcar, ante uma mínima recorde de 35 por cento na última safra, conforme o etanol segue mais lucrativo.

"Os preços terão de ultrapassar 13 centavos de dólar por libra-peso em Nova York para que as usinas do Brasil produzam mais açúcar", disse Uhlenbrock.

Nesta quarta-feira, os contratos futuros do açúcar bruto em Nova York recuaram 2,5 por cento, para 11,65 centavos de dólar por libra-peso.

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