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Mercado aposta em crescimento econômico e cortes de juros após aprovação da Previdência

Tokio Marine, JP Morgan, Goldman Sachs e Citibank estão entre as instituições que acreditam que reforma trará melhorias ao cenário econômico do País

11 jul 2019 - 16h41
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Instituições financeiras acreditam que, após a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil deve iniciar ciclo de crescimento econômico, com novos cortes de juros. Este é o pensamento do presidente da seguradora japonesa Tokio Marine no Brasil, José Adalberto Ferrara. Ele afirmou que a reforma, aprovada na última quarta-feira, 11, em primeiro turno na Câmara, marca um novo ciclo de crescimento econômico no Brasil em bases sustentáveis.

O placar de votação, com 379 votos a favor ante 131 contrários, sinaliza, conforme o executivo, que o governo de Jair Bolsonaro tem capital político para seguir com a reforma fiscal e administrativa.

Apesar das divergências entre o governo e o Congresso Nacional, prevaleceu, de acordo com Ferrara, o bom senso a favor da sociedade com a aprovação da reforma da previdência. "A aprovação da reforma da Previdência na Câmara na última quarta-feira, 11, pode acelerar outras reformas no Brasil, mas as medidas econômicas só serão aplaudidas com a redução do desemprego no Brasil", avaliou ele, durante conversa com a imprensa, nesta manhã.

Com melhores perspectivas para a economia brasileira aprovada a Reforma da Previdência, o presidente da Tokio Marine espera que o setor de seguros, que representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) local, acelere o ritmo de crescimento. Até maio, o segmento apresentou expansão em torno dos 8% ante o mesmo período do ano passado.

JP Morgan

O banco norte-americano JPMorgan prevê que a reforma da Previdência deva ter diluição adicional, mas o impacto fiscal do texto deve ficar melhor do que o anteriormente esperado. Com o progresso das medidas, após aprovação na quarta no plenário da Câmara com "sólido apoio" mostrado pelos parlamentares, o JP passou a prever que o Banco Central vai cortar a taxa básica de juros em 0,50 pontos base na reunião deste mês e fazer mais outro corte dessa magnitude na reunião de setembro, reduzindo a Selic para 5,5%.

O JP espera que a aprovação da reforma seja concluída no Senado no final de setembro ou começo de outubro. A diluição final do impacto fiscal da reforma deve ficar em 49% em relação ao texto enviado pelo Executivo, mas é melhor que a diluição de 55% anteriormente esperada pelo banco americano.

A aprovação em primeiro turno na Câmara vem apenas uma semana depois de o texto sair da Comissão Especial, ressalta o JP, destacando que este é um "resultado muito positivo". Esta aprovação rápida sugere comprometimento de líderes partidários em passar a reforma com uma "coalização forte".

No plenário, o JP espera diluição adicional de R$ 27 bilhões no impacto fiscal, por conta do abrandamento das regras para policiais e para aposentadorias das mulheres. Com isso, o texto deve sair da Câmara com impacto fiscal de R$ 848 bilhões em dez anos.

Goldman Sachs

A reforma da Previdência deve continuar sólida e em torno de R$ 900 bilhões, mesmo após a apreciação dos destaques que ainda faltam para a conclusão de sua tramitação pela Câmara dos Deputados. A avaliação consta de relatório do Goldman Sachs para quem somente dois destaques devem ser aprovados.

"Essa é uma evolução, em nossa visão, não só pelo forte apoio político da proposta na Câmara, mas também porque é uma sólida reforma e agora está a caminho de uma segunda e final votação na Casa antes do recesso legislativo."

No Senado, o Goldman tem a expectativa que a reforma sofra poucas mudanças e seja aprovada em setembro. Depois disso, completa, o Congresso deve seguir em frente com a reforma tributária.

A instituição ainda acrescenta que a agora provável aprovação de uma sólida reforma na Câmara deve dar mais conforto ao Banco Central para iniciar o processo de corte de juros já na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de julho.

Citibank

A surpresa positiva com a aprovação na quarta da reforma da Previdência no plenário da Câmara aumenta a chance de corte de juros este mês pelo Banco Central, avalia o Citibank nesta quinta-feira, também ressaltando que a sinalização de corte de juros nos Estados Unidos corrobora essa visão. A expectativa é por uma redução agora de 0,25 ponto porcentual na Selic, seguida por mais três cortes desta magnitude. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 30 e 31 de julho.

O banco americano projeta que a economia fiscal da reforma da Previdência deve ficar em R$ 750 bilhões em dez anos, mas avalia que esse número pode passar a ficar "muito conservador" se os destaques que começam a ser votados nesta quinta-feira, 11, não diluírem muito o impacto fiscal.

"Grande surpresa positiva com a aprovação em primeiro turno da Câmara para a reforma da Previdência", ressalta relatório do banco americano, assinado pelos economistas responsáveis por Brasil, Leonardo Porto e Mauricio Une.

A aprovação por ampla vantagem na quarta mostra que a reforma ganhou apoio adicional de deputados indecisos, incluindo da oposição, observa o Citi. "Apesar da falta de uma coordenação focada no Congresso pelo governo, a retumbante vitória pode melhorar o capital político de Bolsonaro", ressaltam os economistas.

O Citi menciona ainda que o Congresso enfatizou, como esperado, seu protagonismo na reforma e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apareceu como o "grande garantidor da reforma".

Estadão
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