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May tenta consertar plano do Brexit, mas não descarta separação sem acordo

21 jan 2019 - 14h32
(atualizado às 18h57)
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Por Kylie MacLellan, William James e Elizabeth Piper

Primeira-ministra britânica, Theresa May, em Londres. 21/01/2019. REUTERS/Toby Melville
Primeira-ministra britânica, Theresa May, em Londres. 21/01/2019. REUTERS/Toby Melville
Foto: Reuters

LONDRES, Jan 21 (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, buscou desfazer nesta segunda-feira o impasse em torno do Brexit no Parlamento, prometendo pleitear mais concessões da União Europeia no plano pensado para impedir barreiras alfandegárias na fronteira com a Irlanda.

Com pouco tempo restante para a saída do Reino Unido da UE, marcada para 29 de março, ainda não há consenso em Londres sobre como ou mesmo se o país sairá mesmo do maior bloco econômico do mundo, e crescem as chances de uma separação dramática sem qualquer acordo ou medidas para atenuar os choques econômicos decorrentes.

Depois do acordo sobre Brexit negociado por ela com Bruxelas ter sido rejeitado na última terça-feira por 432 votos a 202, na maior derrota do governo no Parlamento da história moderna britânica, May tem buscado maneiras de emplacar algum tipo de acordo.

Ela disse ao Parlamento que não poderia descartar um Brexit "sem acordo", já que nenhuma proposta foi aprovada até o momento, e que seria improvável que a UE adiasse a data para a separação do Reino Unido - estabelecida pelo "Artigo 50" da notificação de retirada - sem a aprovação de algum plano de saída.

"(Uma saída) sem acordo somente será descartada ou se for revogado o Artigo 50, o que reverte os resultados do referendo - e o governo não fará isso -, ou se houver um acordo, e é isto que estamos tentando resolver", disse May.

Ela disse que a realização de outro referendo fortaleceria aqueles que querem fragmentar o Reino Unido, e que isso poderia prejudicar a coesão social ao abalar a fé na democracia.

May prometeu ser "mais flexível" junto aos parlamentares para tentar chegar a um consenso sobre o chamado backstop da Irlanda do Norte, uma medida de prevenção para garantir que não haja uma volta de checagens de fronteira entre os territórios britânico e irlandês.

"Eu então levarei as conclusões dessa discussão de volta para a UE", disse May. "Meu foco continua a recair sobre o que é necessário para garantir o apoio desta Casa em favor de um acordo para o Brexit com a UE."

Os apoiadores mais ferrenhos do Brexit no partido Conservador de May se opõem sobretudo à previsão de que o Reino Unido não possa interromper o backstop unilateralmente, o que manteria o país na união alfandegária com a UE até que fosse encontrada uma alternativa para manter a fronteira aberta. Bruxelas afirma que esse ponto é inegociável.

A tarefa de May é enorme: convencer a UE a reabrir as negociações e em seguida obter as mudanças necessárias para angariar o apoio de ao menos 115 parlamentares que antes votaram contra o acordo.

A UE, cuja soma das economias de seus países-membros é seis vezes maior do que a economia do Reino Unido, diz almejar uma separação ordenada, mas autoridades graduadas do bloco têm expressado frustração e pesar com o aprofundamento da crise em Londres.

O ministro europeu da Alemanha, Michael Roth, disse nesta segunda-feira que nem mesmo William Shakespeare poderia ter imaginado tamanho drama para o Brexit.

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