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Marcopolo corre para ajustar ônibus ao 'novo normal'

Veículo pós-quarentena terá dois corredores, cortinas de proteção, desinfecção por névoa e uso de raios ultravioletas

14 jun 2020 - 05h12
(atualizado em 15/6/2020 às 09h00)
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Na esteira da paralisia na economia provocada pela pandemia do coronavírus, a Marcopolo corre contra o tempo para desenvolver ferramentas de segurança e tentar dar um respiro ao setor de transporte. O grupo está levando ao mercado uma série de adaptações que podem ser feitas nos ônibus para mitigar o risco de contaminação e preparar o setor para o "novo normal" das viagens. O ajuste promete ser uma fonte nova de receita para o grupo, que viu as demandas por novos ônibus recuarem de forma significativa.

Segundo o presidente da empresa, James Bellini, as ferramentas e serviços chegaram em um momento de grande apreensão para os clientes. "Podemos dizer que 80% da frota dos nossos clientes parou. Eles não vão ter a menor condição de comprar ônibus novos. A preocupação hoje é como colocar os carros que eles têm para trabalhar. A única forma de conseguir isso é retomar a confiança do passageiro", disse Bellini

Entre as inovações estão um novo desenho de posicionamento de poltronas, com dois corredores, cortinas com proteção antimicrobianas, desinfecção dos veículos por névoa e uso de raios ultravioletas nos sanitários.

Com novo desenho, ônibus terão dois corredores e cortinas
Com novo desenho, ônibus terão dois corredores e cortinas
Foto: GELSON DA COSTA/ DIVULGAÇÃO / Estadão

Fretados

Enquanto o segmento de fretados consegue manter alguma demanda, Bellini traçou um cenário desafiador para o turismo. Na visão do executivo, a pandemia levará a uma mudança no comportamento dos passageiros no transporte rodoviário tal qual 11 de setembro representou para o setor aéreo.

O kit faz parte do programa BioSafe, que consiste em uma série de soluções para tornar o transporte coletivo mais seguro contra contaminações de vírus. Os equipamentos podem ser adaptados também nos ônibus mais antigos. O custo da mudança representa entre 18% e 20% do valor de um ônibus.

"A gente precisa faturar. Precisamos ajudar a movimentar o mercado. Não temos possibilidade de uma empresa desse tamanho ficar de braço cruzado esperando as coisas acontecerem", defendeu o executivo. O lançamento oficial do BioSafe será no próximo dia 16, em evento online.

As soluções foram desenvolvidas em apenas 60 dias. Segundo Bellini, o sistema foi o primeiro resultado do Marcopolo Next, uma divisão de inovação voltada para soluções em mobilidade. A divisão começou a ser estruturada no ano passado, quando a área de inovação deixou de ser subordinada ao segmento de estratégias e passou a responder à presidência da empresa.

Há desafios e incertezas ainda, sobretudo no Brasil. Enquanto a Europa começa a se preparar para sair da quarentena, o Brasil hoje ocupa a segunda posição no número de casos. "Estamos acompanhando o cenário no Brasil com muita preocupação. Não só a questão da saúde, mas também a crise política. Isso atrapalha muito os investidores. Mas está havendo uma retomada controlada. Graças a Deus temos bons governadores que estão levando a sério o assunto", disse o presidente da Marcopolo.

Estadão
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