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Marcas com produtos para carnaval se multiplicam na internet

Empreendedores que faziam os próprios acessórios passam a vender nas redes sociais

24 fev 2019 - 05h10
(atualizado em 25/2/2019 às 17h46)
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"Parece o boom da paleta mexicana", diz a empresária Renata Guimarães sobre o aumento de empreendedores produzindo e vendendo acessórios e fantasias de carnaval, principalmente pelas redes sociais. A própria Renata começou sua marca, a Sassaricando, há quatro anos comercializando pela internet. Antes, produzia as próprias fantasias e havia feito apenas um teste levando 30 tiaras decoradas para o ensaio do bloco em que toca. Vendeu todas.

Hoje, além das redes sociais, a Sassaricando vende em quatro lojas físicas, com a receita crescendo em média 100% por carnaval. Para manter a empresa durante todo o ano, Renata passou a trabalhar também com peças para festas temáticas infantis, despedidas de solteira e festivais de música eletrônica, além de ter criado uma marca só para noivas.

A história de Renata costuma se repetir no setor de acessórios e fantasias carnavalescos. Os novos empreendedores começam fazendo para si e amigos próximos e depois passam a comercializar pela internet. Foi assim também com a urbanista Viviane Tiezzi. Com uma colega, ela criou a Podre de Chic, que começou em janeiro deste ano no Instagram. "Começamos em cima da hora e achamos que seria algo só para amigos e amigo de amigos, mas cresceu mais do que imaginávamos."

A dupla teve de parar de receber pedidos no último dia 11 para conseguir entregar tudo antes da folia. Sozinhas, as duas produziram 200 peças, entre brincos e tiaras, vendidas de R$ 30 a R$ 50. "A ideia é continuar depois do carnaval, para aproveitar esse momento."

Uma das marcas mais famosas - e caras - da capital paulista, a Can-Can também começou na internet, ainda na época dos blogs, em 2010. Com loja no bairro de Pinheiros, em São Paulo, desde 2015, a empresa tem tiaras cujos preços beiram R$ 1.500. "Há uns três anos, decidimos focar em um nicho específico para nos diferenciarmos. Hoje vendemos peças únicas, que são usadas tanto na cabeça como em decoração de casas", conta Fernanda Guimarães, uma das fundadoras da empresa.

A Can-Can, que tem uma segunda loja em Trancoso, na Bahia, também faz acessórios para festas e noivas, mas 70% da receita anual ainda é gerada no carnaval. Nos últimos anos, a empresa vinha dobrando seu faturamento. Em 2019, porém, a expansão decepcionou, de acordo com Fernanda. "Crescemos só 30% neste ano. Houve um boom no mercado. As pessoas viram que é possível ganhar dinheiro com isso."

Grandes redes

A onda das peças de carnaval chegou também às grandes redes de varejo. Hering, Renner, C&A, Riachuelo e até as marcas de roupa íntima Hope e Loungerie estão vendendo fantasias ou roupas que remetem à folia.

Na C&A, a data foi incorporada ao calendário comercial em 2015. A Riachuelo investe em patrocínio e desenvolvimento de peças especiais desde 2010. "Mas a coleção dobrou de tamanho de um ano para outro, e o carnaval também mudou muito. Antes, bastava oferecer uma roupa leve, agora temos adereços e peças que são um híbrido entre roupa e fantasia", diz a gerente de marketing, Marcella Kanner.

Para aproveitar o crescimento do carnaval como data comercial, até a rede de chocolates Cacau Show lançou um pacote de bombons que vem com glitter e maquiagem.

Estadão
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