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Lucro da Vale cresce para US$1,65 bi no 3º tri; reduz dívida em US$4,4 bi

24 out 2019 - 18h22
(atualizado às 19h58)
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A mineradora Vale reportou nesta quinta-feira lucro líquido de 1,654 bilhão de dólares no terceiro trimestre, alta de 17,5% ante o mesmo período do ano passado, com a forte geração de caixa da empresa permitindo redução da dívida líquida em 4,4 bilhões de dólares no período.

Vista da mina S11D da Vale
17/12/2016
Vista da mina S11D da Vale 17/12/2016
Foto: Reuters

Apesar do resultado positivo, o lucro líquido veio abaixo da expectativa de pesquisa da Refinitiv com analistas, que apontavam em média 2,7 bilhões de dólares, contando com maiores preços realizados do minério de ferro do que o reportado pela Vale.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 4,6 bilhões de dólares, recorde para um terceiro trimestre desde 2013, registrando um aumento de 6,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018.

Após reconhecer provisões de 5,65 bilhões de dólares no primeiro semestre para indenizações e doações pela tragédia de Brumadinho (MG) que matou mais de 250 pessoas, a companhia disse que não foi necessário realizar baixas adicionais no terceiro trimestre, apenas despesas de 225 milhões de dólares que não se qualificam como provisão.

"No terceiro trimestre de 2019, progredimos para a estabilização de nosso negócio e avançamos com nosso objetivo de reparação integral de Brumadinho. A descaracterização de nove barragens a montante continua, com a conclusão da primeira barragem prevista para o primeiro trimestre de 2020", disse o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em nota.

Ele disse ainda que a empresa atingiu seu compromisso de reduzir o custo e despesas.

"Aliadas ao nosso compromisso com a segurança e a alocação disciplinada de capital, nossas ações reduzem as incertezas e nos conduzem para resultados sustentáveis", acrescentou.

A receita da mineradora no terceiro trimestre somou 10,2 bilhões de dólares, alta de 7% na comparação anual, em meio a preços mais altos do minério de ferro, principal produto da companhia.

O preço realizado de finos de minério de ferro da Vale no terceiro trimestre foi de 89,2 dólares por tonelada, ante 67 dólares no mesmo período do ano passado.

Mas, segundo o analista de mineração Scott Schier, da Clarksons Platou, a expectativa era de que o preço realizado tivesse sido ainda maior, atingindo 97 dólares por tonelada, o que resultou em um Ebitda menor que o esperado. O especialista esperava um maior prêmio de qualidade.

Contudo, a companhia disse que a geração de caixa operacional e liberação de caixa bloqueado permitiram repagamento líquido de dívida, aumentando posição de caixa em 3,412 bilhões de dólares.

Além disso, a empresa reduziu a dívida líquida para 5,321 bilhões de dólares em 30 de setembro, ante 9,726 bilhões em 30 de junho de 2019, com o endividamento atingindo o nível mais baixo desde quarto trimestre de 2008.

A redução da dívida líquida se deve principalmente à liberação de caixa bloqueado no valor de 1,8 bilhão de dólares e à forte geração de caixa durante o trimestre, disse a companhia.

Do total da receita de mais de 10 bilhões de dólares, os minerais ferrosos responderam por 8,3 bilhões de dólares, enquanto o níquel respondeu por 757 milhões de dólares e o cobre 447 milhões de dólares.

BRUMADINHO

A Vale informou que os principais acordos para indenizações civis e trabalhistas foram estabelecidos e aproximadamente 2,25 bilhões de reais já foram pagos em compensações por danos materiais e morais, individuais e coletivos, devido ao desastre de Brumadinho.

Esses acordos incluem indenização emergencial a cerca de 108 mil pessoas, como compensação mensal até janeiro de 2020; 700 acordos para indenizações assinados, envolvendo mais de 1.400 beneficiários; indenizações trabalhistas relativas a 232 vítimas, por meio de 500 acordos assinados, beneficiando mais de 1.400 pessoas, segundo relatório da mineradora.

A empresa afirmou ainda que está avançando na descaracterização de nove barragens a montante, conforme o planejado para as estruturas do mesmo tipo de Brumadinho. Duas delas, Fernandinho e 8B, serão completamente descaracterizadas em 2020, e a barragem Grupo será concluída em 2022.

A companhia informou também que tem realizado obras de reforços estruturais de barragens, aumentando seus fatores de segurança elevados antes de sua descaracterização.

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