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Lucro da Cielo desaba 31% no 4º tri, sob efeito de maior competição

28 jan 2019 - 19h50
(atualizado às 20h45)
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A Cielo teve no quarto trimestre nova rodada de forte queda do lucro, acusando os efeitos do aumento do número de concorrentes no mercado de cartões.

A maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido de 724,1 milhões de reais no período, uma queda de 30,6 por cento ante mesma etapa de 2017.

O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 1,09 bilhão de reais entre outubro e dezembro, um declínio de 20,8 por cento no comparativo anual. A margem Ebitda despencou 9,1 pontos percentuais, a 36,3 por cento.

A despeito da gradual melhora da atividade econômica do país, o volume financeiro de pagamentos processados por meio de terminais da Cielo encolheu 1,3 por cento na comparação ano a ano, para 167 bilhões de reais.

Consequentemente, a receita líquida da companhia que tem o controle dividido entre Bradesco e Banco do Brasil, caiu 0,8 por cento, a 3,01 bilhões de reais. A empresa atribuiu a queda à "menor receita de aluguel e ao ajuste de preço em face do ambiente competitivo atual".

Além das receitas cadentes com aluguel de terminais e com as taxas de desconto cobradas de lojistas (MDR), a Cielo também viu seu resultado com antecipação de recebíveis desabar 40,3 por cento, para 312,6 milhões de reais.

Com a entrada agressiva de rivais como PagSeguro e Stone e da pressão sobre as margens, a Cielo iniciou no ano passado uma campanha de venda de terminais de pagamentos com bandeiras de Bradesco e BB, por meio da unidade Stelo, o que a ajudou a reverter uma queda sequencial na base de terminais.

No fim de 2018, incluindo Stelo, o total de terminais ativos da Cielo era de 1,198 milhão de unidades, quase 100 mil a mais em três meses. Porém, o número ainda foi inferior aos 1,244 milhão de equipamentos no final de 2017. Considerando apenas os equipamentos da bandeira Cielo, a queda foi de 270 mil.

E apesar da forte queda nas receitas, as despesas da Cielo no trimestre, de 511,4 milhões de reais, foram 42 por cento superiores do que um ano antes, impulsionadas sobretudo por maiores gastos com marketing.

A empresa, cujas ações caíram 60 por cento na bolsa em 2018, afirmou no relatório de resultados que trabalhará "com preços competitivos" neste ano e sinalizou que não pretende se concentrar na "liderança nos mais variados segmentos de nossa indústria".

O presidente-executivo da Cielo, Paulo Caffarelli, que assumiu a companhia após deixar o comando do BB em outubro, comenta os resultados da companhia com analistas na terça-feira pela manhã.

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