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Lições de liderança para o empresário enfrentar crises

Como conseguir manter o dia a dia da empresa saudável em meio a essa e outras crises?

24 jan 2022 - 07h30
(atualizado às 10h31)
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Foto: Jason Goodman / Unsplash

Antes de explanar análises e dicas do que pode ser feito para que empresários de pequeno e médio porte sobrevivam ao cenário preocupante que a pandemia trouxe, é preciso ressaltar que crises sempre existiram e ainda existirão, das mais variadas formas e relacionadas a diversos motivos, seja sanitária e mundial, como a originada pelo coronavírus, ou também econômica e nacional, por exemplo. 

É preciso que líderes e empresariado estejam sempre alertas e preparados para esse tipo de cenário.

Durante a pandemia, vários setores foram prejudicados, mas ainda assim, outros conseguiram inovar e fomentar o aquecimento em seus mercados de atuação com muito preparo e ações assertivas. A grande maioria das pequenas e médias empresas foram as que mais sentiram os efeitos da crise. 

São elas e seus líderes que estão fazendo, ao longo desses quase dois anos, verdadeiros malabarismos para arcar com os altos impostos que o governo impõe, com concorrências desleais, problemas trabalhistas e reclamações de todos os lados.

Neste momento, apesar de não parecer, os líderes de empresas são os que mais sofrem quando ocorrem crises e são eles que decidem quais ações precisam ser tomadas. Por isso, as empresas analisam cada situação. Principalmente as de seus colaboradores, que não só pertencem ao dia a dia da empresa, mas em modo pessoal, cada um também possui uma família, com toda uma estruturação e com isso, podem sofrer com o impacto das decisões estabelecidas pelos empresários, tanto as corretas como as incorretas. 

Obviamente, essa análise é relacionada as ações da empresa/líder, porque cada colaborador tem livre arbítrio para tomar suas próprias decisões ― errar e acertar ― neste caso, não existe responsabilidade do empresário, se um funcionário gasta seu dinheiro e se endivida, mas é dever do líder entregar o salário dele, todos os meses.

Então, como conseguir manter o dia a dia da empresa saudável em meio a essa e outras crises? Vamos às dicas.

1. Acalme-se

Parece difícil e até mesmo sarcástico pedir para manter a calma em meio ao caos! Muitos empresários nunca vivenciaram tantas incertezas, mesmo os mais experientes. Porém, um líder precisa entender que todos os que estão abaixo dele esperam por uma atitude. Os colaboradores precisam de um caminho. Assim como quando somos pequenos e é natural esperar que a comida seja servida por nossos pais ou responsáveis ― no trabalho é exatamente o que os líderes precisam fazer e, principalmente que tudo seja regido com muita calma. 

Para isso, que tal parar alguns minutos, se apegar mais à família e, literalmente desligar um pouco? Isso fará com que a pessoa à frente da empresa, consiga se concentrar nas decisões que precisa tomar e colaborar para que todos que ali pertençam, consigam permanecer calmos para os próximos passos.

2. Crie cenários

Criar todos ou o máximo de cenários possíveis para uma determinada situação é algo que precisa ser feito pelo líder. Pensando no contexto atual: criar cenários financeiros e estratégicos olhando sempre para todas as arestas. É interessante olhar para todo o financeiro da empresa e analisar as probabilidades de dar o maior prejuízo possível, a forma de arriscar mais do que todos. 

Talvez seja difícil entender, mas a mensagem principal que precisa ser passada é: crie um plano A, B, C, D ou quantos achar necessário. Ter mais de uma opção em um único cenário é uma carta na manga.

Quer um exemplo? Uma discussão aconteceu em um grupo de comunidade, o debate era sobre ser ou não uma má gestão de determinada empresa, demitir funcionários em meio à crise. A resposta foi: depende! Ter criado vários cenários e optado por algo mais pessimista que todos, é uma forma de caminho. 

Ter caixa para bancar o salário dos próximos seis meses da equipe, ter uma área da empresa voltada para investimento para ser medido o custo disto e verificar que dispensando funcionários desta área, a empresa ganharia mais três meses de caixa e que, ao fim dessa crise, não encontraria dificuldade alguma de reconstruir sua equipe para esse investimento.

Talvez demitir não seja má ou boa gestão. Nesse caso, demitir, trará a segurança da equipe por nove meses. Mas, como muitos dizem, cada caso é um caso.

3. Tenha poder de compra

Sim, poder de compra é o quanto você tem monetariamente para pagar algo. Isso inclui limites de cheque especial em bancos, caixa em sua empresa, aquisição de empréstimos, cartões de crédito etc.

Reflexão: “Se você precisa de tudo isso, você não tem planejamento!” Depende, se o líder tem caixa para três meses de uma operação de R$ 1 milhão ao mês, ter R$ 3 milhões não é nada mal. Porém, se a empresa precisa sustentar alguma operação e todo o dia a dia por mais de três meses, é necessário recorrer a outros meios e, sinceramente, isso faz parte do planejamento. 

Você não ter esses “meios de salvação” em alguns momentos e precisar traçar estratégias repentinas fará recorrer principalmente a empréstimos (este artigo não incentiva ninguém a fazer empréstimo, OK? Cada caso é um caso, é apenas uma reflexão).

Então, mesmo em cenários de investimentos, esquecendo um pouco a crise que estamos enfrentando: talvez, precise de R$ 3 milhões para uma nova operação e não queira sacrificar o seu caixa, pois desta forma você como líder não teria um planejamento, mas também não pode deixar de investir por não ter R$ 6 milhões em conta. Entendeu a matemática? No pain no gain! 

É sempre importante termos de onde tirar um extra, nunca se sabe quando pode ocorrer algo totalmente fora do esperado, tanto negativamente quanto positivamente.

4. Seja Transparente  

Essa dica talvez seja a mais polêmica. A transparência é a base da confiança e, um negócio requer confiança do líder e de seus liderados, é de extrema importância que todos estejam a par do que está sendo enfrentado e das ações macros que serão realizadas.

5. Tenha um plano de ação

A melhor forma de tomar decisões certas é dividindo com os Heads da empresa a situação e as possíveis ações que possam ajudar neste momento. Talvez os próprios Heads tenham sugestões em suas áreas ou mesmo na estratégia empresarial que possam colaborar no momento de dificuldade. 

Montar os passos, as ações, os responsáveis e colocar prazos é um fator de extrema importância. Lembrando que: de nada adianta ter um plano de ação sem acompanhamento!

6. Comunique-se

Desenvolver um plano de ação com medidas para conter uma crise, por exemplo, de nada serve se não for acompanhado de perto por toda a equipe de Heads em conjunto com você, o líder. Acredito que o follow-up constante, nestes casos, faz a diferença, demonstra a evolução e facilita as correções de possíveis desvios.

7. Acredite e não desista  

Acredite, acredite e acredite que tudo vai melhorar! Tome as ações necessárias com firmeza, haja com clareza e não desista. Se errar, conserte rápido e continue tentando até encontrar uma forma de resolver, como trata-se de uma crise, veja todas as formas possíveis de passar por ela, haja da melhor maneira possível, com isso, tudo irá melhorar, afinal você tomou todas as ações necessárias ao seu alcance. Ah, e mesmo que você não passe por essa, não desista, recomece e supere as dificuldades.

8. Arrisque-se

Por último, o que demanda mais coragem, mesmo que neste momento todos estejamos com medo, talvez seja fazer o que ninguém está pensando em fazer, pode ser o momento de agir como ninguém, de arriscar o que ninguém quer arriscar, esse é o momento que a coragem pode te derrubar de vez, mas também pode colocar em outro patamar quando a tempestade passar. 

Às vezes, para passarmos para o outro lado precisamos correr o risco e deixar o “clichê”, “o planejado”, o “só vou se puder” de lado! Vá e siga com fé!

(*) Caio Amante é fundador e CEO da Dataside.

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