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Leilão da Cemig para renováveis surpreende e contrata 1,2GW em capacidade

7 jun 2018 - 17h10
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A elétrica Cemig fechou a contratação da produção futura de usinas de energia solar e eólica que devem somar uma capacidade de cerca de 1,24 gigawatt, após leilão realizado na quarta-feira, em contratos para fornecimento por 20 anos a partir de janeiro de 2022, disse à Reuters um executivo da estatal mineira.

O inédito leilão da companhia, semelhante aos promovidos pelo governo federal para novos projetos de geração, atraiu a atenção do mercado e recebeu mais de 5 gigawatts em projetos cadastrados, ou quase 200 empreendimentos.

O resultado surpreendeu a própria companhia, que ao final comprou 431,49 megawatts médios em volume de eletricidade, o que deve viabilizar uma capacidade maior que o último leilão do governo, o chamado A-4, em abril, também para projetos que precisarão entrar em operação em 2022.

A diferença é que a energia comprada pela Cemig será revendida no mercado livre, enquanto o leilão do governo federal de abril foi realizado para atender a demanda de distribuidoras, no chamado mercado regulado.

O certame da estatal mineira contratou 356,2 megawatts médios, ou cerca de 1 gigawatt em capacidade instalada.

"Superou a expectativa da Cemig em todos os sentidos, desde a adesão... até a quantidade contratada e os preços, competitivos para a companhia", afirmou o superintendente de Compra e Venda de Energia no Atacado da Cemig, Marcos Pimentel Jr.

A Cemig não informou os valores dos contratos fechados no certame e nem as empresas vendedoras. Também não foram abertos de imediato os montantes negociados por fonte de geração.

De acordo com Pimentel, no entanto, houve negociação relevante tanto de energia eólica quanto solar, com empreendimentos em diversas regiões do Brasil, do Nordeste ao Sul e Sudeste.

"Tivemos a adesão de grandes empresas que atuam nesse mercado, empresas estrangeiras também... um leque bastante diversificado", disse ele, sem detalhar.

O leilão era visto como importante para que a Cemig recuperasse a capacidade de atender seus clientes no futuro após o vencimento da concessão de algumas de suas maiores usinas, como Jaguara, Miranda e Volta Grande, que foram relicitadas pelo governo no ano passado e adquiridas por outras empresas do setor.

A compra da produção dessas usinas renováveis para revenda aos clientes também é interessante para a Cemig devido ao elevado endividamento da companhia, que dificulta investimento em novos projetos de geração.

A elétrica mineira, inclusive, tem levado adiante um ambicioso plano de desinvestimentos, que prevê a venda de mais de 8 bilhões de reais em ativos para reduzir sua enorme dívida líquida, que fechou o primeiro trimestre em 12,8 bilhões de reais.

"Nessa estratégia, o custo de contração é zero. A gente só vai fazer os pagamentos aos fornecedores no momento em que eles estiverem entregando (energia), e no mesmo momento vamos ter a receita dessa energia que estaremos revendendo. Do ponto de vista de caixa não há desembolso, não há investimento, não afeta os 'covenants' da companhia", ressaltou Pimentel.

Para garantir que os empreendimentos sairão do papel, a Cemig definiu exigências contratuais de aportes de garantias que chegam a 500 mil reais para cada megawatt médio, segundo ele, além de mecanismos que obrigam o investidor em geração a prestar contas sobre o andamento dos projetos.

O leilão também prevê que a Cemig terá direito de preferência caso as usinas pretendam antecipar a entrada em operação e com isso tenham expectativa de uma produção adicional.

A assinatura dos contratos do leilão é prevista para até 29 de junho.

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