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'Lava Jato da Educação' derruba ações de empresas do setor

Governo afirma que encontrou indícios de corrupção e desvios em gestões anteriores; enquanto o Ibovespa recuou 0,5%, os papéis da Estácio e da Kroton fecharam em queda de mais de 5%

15 fev 2019 - 18h43
(atualizado às 19h19)
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As ações das empresas de educação terminaram em forte queda nesta sexta-feira, 15. Segundo operadores, a possibilidade de abertura de uma "Lava Jato da Educação" levou à desvalorização dos papéis. Na quinta-feira, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez disse que uma investigação interna sobre atos das gestões anteriores encontrou indícios de corrupção e desvios que poderão dar origem à Lava Jato.

A notícia teve forte impacto sobre os papéis do setor: Estácio ON caiu 5,20%, Kroton ON teve baixa de 6,21% e Ser ON perdeu 7,18%. Anima ON recuou 1,25%. O Ibovespa, principal índice de ações do País, fechou em baixa de 0,50%, aos 97.525,91 pontos. No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou o dia em queda de 0,39%, cotado a R$ 3,7052.

Segundo o MEC, Vélez apresentou exemplos "emblemáticos" de favorecimentos indevidos no Programa Universidade para Todos (ProUni), desvios no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), envolvendo o sistema S, concessão ilegal de bolsas de ensino a distância e irregularidades em universidades federais.

Repercutem no mercado os principais pontos da reforma da Previdência apresentados na quinta-feira e os sinais de manutenção do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebbiano, no cargo. Os dados econômicos divulgados pela manhã, IBC-Br e IGP-10, acabaram ficando em segundo plano.

Na quinta-feira, o secretário da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, informou que o presidente Jair Bolsonaro concordou com as idades mínimas de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens) para a aposentadoria, com período de transição de 12 anos. A proposta garante uma economia de R$ 1,1 trilhão nas despesas. O texto completo será divulgado na próxima quarta-feira, quando será enviado ao Congresso.

Interlocutores do presidente afirmam que ele decidiu atender aos apelos políticos e manter Bebianno, o que é visto com alívio pelo mercado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a defender a capacidade de articulação do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, e sinalizou que, caso o governo demorasse a resolver a questão, haveria risco para a reforma da Previdência.

No ambiente externo, analistas monitoram a perspectiva de acordo comercial entre China e Estados Unidos.

Estadão
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